17.9.17

Esta ideia de tudo alienar...

Num lugar, onde não é possível assegurar a existência de uma escola básica, surgiu agora um comprador do terreno e respetivo edifício escolar a afirmar que gostaria de ali implantar um instituto superior com dinheiros públicos... Provavelmente, um Politécnico que se encarregasse de ministrar cursos florestais e de produção animal... (ver post de ontem)
Pessoalmente, não tenho nada contra a ideia, desde que a obra não implique financiamento público, porque os sonhos, mesmo se infantis, não devem ser apresentados sem caderno de responsabilidade e de encargos...
No caso da Escola Primária, mandada edificar pelo Estado Novo, com dinheiros públicos, mandava o bom senso que o próprio Estado a colocasse ao serviço da comunidade, mesmo que tivesse que a reconverter para outras funções sociais...
Esta ideia de tudo alienar acabará por trazer mais prejuízo do que lucro.

16.9.17

Um instituto superior em Carvalhal do Pombo!?

Todos os dias olho para essa escola”, confessou Luís Cavalheiro ao mediotejo.net no fim da hasta pública. A ideia, adiantou, é recuperar o edificado e criar ali um novo estabelecimento de ensino superior, de âmbito nacional, que dê formação nas áreas da reflorestação e dos produtos naturais. Uma ambição que Luís Cavalheiro tem há muitos anos, tendo surgido agora, sem fazer conta, a possibilidade de adquirir o edifício.
Para já ainda não tem nada em andamento, tendo apenas adquirido o imóvel. O objetivo agora é procurar investimento estatal. “Queria algo a nível nacional”, frisou. Entre os seus projetos está a reabilitação do figueiral de Torres Novas.

Estranho o projeto, apesar da região necessitar de aproveitar os seus recursos naturais! No entanto, há que ter fé! E em Carvalhal do Pombo, a fé é coisa que nunca faltou. Dinheiro, sim, creio.

15.9.17

BB-/A-3

A Standard and Poor’s (S&P) subiu o rating da República portuguesa para o patamar de investimento, no nível BB-/A-3, do anterior BB+B. A revisão em alta “reflete a melhoria das previsões para o crescimento do PIB de Portugal em 2017 a 2020, bem como os progressos sólidos feitos na redução do défice orçamental”, refere o relatório da agência, publicado esta sexta-feira. BB-/A-3

O debate autárquico já passou à história.
Apesar do foguetório que se anuncia, temo que a euforia nos atire para o abismo...
Num país doente, o protagonismo só pode ser dos enfermeiros! Quanto aos enfermos, eles que tenham paciência!
Doravante, todas as lutas são mais do que justas... 

14.9.17

Diagnóstico e rememoração

Provavelmente, noutros domínios, a relação não será significativa, por exemplo, para as ciências da saúde, se excetuarmos a psicanálise, no entanto, na área da didática, confronto-me todos os anos com a mesma ansiedade. ( Qual será a origem deste estado psíquico?)
Ao aceitar que a rememoração consiste em fazer aparecer as coisas do passado com as suas qualidades, sempre que me disponho a elaborar qualquer teste de diagnóstico pressinto que o resultado será frustrante, pois para que haja rememoração é necessário que a mente tenha tido necessidade de guardar informação sem qualquer tipo de diluição... (intenção de...)
Ora, a experiência diz-me que, ou a mente não teve oportunidade reservar qualquer tipo de aprendizagem ou se o fez, no momento do diagnóstico, a consciência só traz à superfície o restolho estival...
Se o diagnóstico não serve para avaliar a qualidade da aprendizagem efetuada, então para que é que serve?

13.9.17

Claro que poderia imaginar

Não o penso o que quero...
Estou sempre a ser submetido a pulsões exteriores ( e estas impedem-me de saber o que quero.) Quanto às interiores, há muito que aprendi a recalcá-las..., o que mata o pensamento...
Claro que poderia imaginar, mas para quê se as imagens são perceções falseadas!
Submeto-me, assim, à vontade dos outros (já desisti de os contrariar) que, talvez, não pensem o que querem, mas que, afinal, não cuidam de saber se as imagens são verdadeiras ou falsas, até porque muitos se contentam com o reflexo luminoso no fundo do poço.

Espero que não espreitem cada palavra, mesmo que vos digam que se trata de metáfora, porque sob a palavra não há nada. Talvez a possam virar do avesso, e segui-la a ver se compreendem porque é que não penso o que quero...

12.9.17

Dá sempre jeito ter um "louco"...

Nunca soube bem o que é que significa pensar. Que existo, parece-me excessivo...
Com tanta gente a pensar em sanções a aplicar à Coreia do Norte, a minha dúvida cresce, pois não consigo acompanhar o argumento de que se lhe cortarmos o combustível, o gás, os medicamentos, os víveres,  as exportações, ela acabará por ceder, isto é, desistirá do programa nuclear... (Mas quem é que vai desistir de um projeto nuclear?)
Parece-me um argumento absurdo e impraticável, não por causa dos coreanos, mas por causa dos americanos, dos russos, dos chineses e de todas as máfias que se movem por terra, mar e ar...
Acossados, os norte-coreanos só poderão responder / atacar com as armas de que possam dispor, a não ser que estejam dispostos a deixar de pensar, o que, cartesianamente, significaria deixar de existir...
Em síntese, ou não ando a pensar direito ou o pensamento não tem nada a ver com este problema. No mundo dos interesses, dá sempre jeito ter um "louco" que possamos acusar de disparar em todas as direções...

11.9.17

Afetos encenados

Em dia de abraços presidenciais, relembro o "realismo" do anterior PR: "a realidade acaba sempre por derrotar a ideologia" ...
Não vou repetir o argumento utilizado para mostrar a inépcia de Cavaco Silva, mas vou citar Jean-Paul Sartre:

O mundo real não existe, faz-se, sofre retoques constantes, torna-se maleável, enriquece-se; um determinado grupo, tido por objetivo durante muito tempo, acaba por ser rejeitado; pelo contrário, um outro, muito isolado, será de repente incorporado no sistema.» A Imaginação, pág. 88, Difel

Tantos abraços já maçam, sobretudo quando adiam a resolução de problemas e, ao mesmo tempo, reclamam para si um magistério, apesar de incapaz de compreender a mudança, porque as ideias deixaram de determinar a ação, transformaram-se em afetos encenados...