31.8.16

Dilma Rousseff afastada. E pode?

Senado decidiu contra a chefe de Estado brasileira por 61 votos contra 20. Dez de 13 investigados no âmbito da Operação Lava Jato votaram a favor.

Dilma Rousseff afastada da Presidência pelo Senado. E pode?
Acusada do quê? De ter deixado avançar a Operação Lava Jato?
Lembra o tempo em que o voto do povo ainda não existia. O tempo romano!
(...)
E quanto ao novo Presidente Temer, será que o Brasil entrou no tempo em que a traição rende?

30.8.16

A rua da Bombarda

Por razões familiares, nos últimos meses, tive que me deslocar à rua da Bombarda, em Lisboa. Diga-se que antes nunca tinha ouvido falar de tal arruamento... Peculiar, pois é uma daquelas vias em que entrando nela não se pode voltar para trás e onde é quase impossível estacionar.
Quando há obras à entrada ou no interior, corre-se o risco de ficar indeterminadamente bloqueado - e por ali impera a lei do embrulho urbanístico. 
Por aquilo que vou observando, o embrulho urbanístico é lucrativo, pois permite desalojar, arrendar a preços de mercado e, sobretudo, subalugar a jovens estrangeiros perdidos nos subúrbios da Graça e do Castelo...
Enfim, nestes meses calcorreei o Bairro das Colónias, cada vez mais multicultural e enlatado e, a tempos, desemboquei na Graça, atualmente sem graça, tantas são as obras  e, sobretudo, sem que se veja o traço do arquiteto.
Hoje terá sido o último dia em que fui à rua da Bombarda... e até consegui estacionar em frente do nº 62, logo a seguir a uma oficina de automóveis que nunca vi encerrada. Houve sábados, domingos e feriados em que antecipei que poderia estacionar em frente daquele portão. Mas não!

29.8.16

O regabofe das obras

A Câmara Municipal de Lisboa aprovou 292 propostas de trabalhos desde o início de 2015, ano em que adjudicaram 74% das obras. E vão continuar até 2020: estradas e passeios, praças e largos.

Ainda estamos em agosto e  é cada vez mais difícil circular na cidade. Hoje, precisei de percorrer a avenida Infante D. Henrique e fiquei parvo com a quantidade de entraves criados à circulação rodoviária  e pedonal, sem esquecer os velocípedes. 
Recordo que ainda há poucos anos aquela via foi objeto de profunda remodelação que deverá ter custado umas dezenas de milhões de euros... Provavelmente, nem houve tempo de amortizar os empréstimos!
Há nisto tudo algo que me incomoda. Donde é que vem o dinheiro necessário ao pagamento de todas estas empreitadas? Será da Caixa Geral de Depósitos?
E no final, quantos novos-ricos haverá a mais?

28.8.16

O emplastro

Perdi-lhe o nome, mas, sempre que ele invade o ecrã, fico sem saber o que fazer - ouvi-lo pela enésima vez; se mudo de canal, temo que o emplastro tenha decidido abdicar do seu papel de "Velho do Restelo", e eu perca o acontecimento.
O problema é de que nada serve mudar de canal, pois o emplastro vive neles como o Velho nas páginas d' Os Lusíadas. E condena-nos à morte, inevitavelmente. 
O emplastro lembra-me o Presidente do Conselho, Oliveira Salazar, que insistia no argumento de que "a razão" estava do seu lado e que o tempo se encarregaria de o mostrar.
O emplastro parece ser um legitimista que nunca percebeu que quem provocou a mudança foi ele próprio.  

27.8.16

Entre nós...

"O cão não abandona o caixão do dono.
A notícia vem de Itália, mas poderia vir de qualquer outra parte do mundo.

Entre nós, porém, há quem não se importe com o que acontece ao seu semelhante. Passe de lado, mude de passeio, se esconda...
Em último caso, acena-se com uns milhões de euros que vão direitinhos para o bolso dos "empreendedores"... 
Há por aí quem deite os foguetes e apanhe as canas! 

24.8.16

Em silêncio

Vou ficar em silêncio... A lição é dos avós que poupavam nas palavras e, assim, evito o desconforto alheio, de quem já andava farto de tamanha prosápia...
Sob as horas inúteis, de que serve terçar armas por uma ou outra causa ou até, num tom mais intimista, dar conta da tensão a que obedecemos cegamente...
Em idade juvenil, o silêncio era por vezes cenário de uma imaginação colonizada por anátemas demoníacos - no silêncio, o mafarrico destroçava-me o sossego...
Agora, chegou o tempo de ouvir as penas e guardá-las só para mim. A quem poderiam interessar as minhas penas? 

23.8.16

Longe da alegria

Vou esperar um pouco mais, embora a espera nada traga de entusiasmante... A atitude é masoquista, mas resulta de uma paciência inexplicável.
Sensato seria não esperar, porém de pouco serviria. Provavelmente só apressaria o desenlace. E esse é inevitável, mesmo que finjamos ignorá-lo.
E lá voltamos à paciência, isto é, à capacidade de suportar a rotina, o inesperado, a dor e até a ambição de uns tantos que persistem em acreditar na imortalidade...
Dentro de dias, estarei de regresso à alegria, postiça...