7.5.16

GTESC apresenta Sete Crianças Judias

No Auditório da Escola Secundária de Camões, o GTESC apresenta Sete Crianças Judias, de Caryl Churchil nos dias 6, 8 e 10 de Maio de 2016, com encenação de Maria Clara Melo da Silva; cenografia de Mário Rita; desenho de luzes, som e luz de João Lacueva e José Alvega; filmes de António Manuel; interpretação de Carolina Falcato, Maria Carrilho, Helena Real, Diogo Guerra, Beatriz Felício, Ana Beatriz Santana, Gonçalo Romão, Maria Portugal, Ana Rodrigues, Marta Rocha e Graça Gomes; Vozes de Helena Real e Ana Rodrigues; Expressão de Beatriz Felício. 

Esta noite, o GTESC apresentou à comunidade o trabalho de aprendizagem realizado ao longo do presente ano letivo. Com a dramatização de Sete Crianças Judias,  o GTESC comenta o que se passa no Mundo, sem se comprometer com nenhuma das fações em conflito, porque os argumentos de uma e de outra parte estão inevitavelmente comprometidos com valores particulares... o que fez do texto de Caryl Churchill pretexto para uma adaptação que visa defender princípios que, por definição, deveriam ser universais...
Sete anos depois de Maria Clara Melo da Silva ter fundado o GTESC, a representação desta noite mobiliza a quase totalidade das linguagens que, de há um século para cá, vêm dominando os palcos, pondo termo à dicotomia que suportava a ideia de que o movimento, a luz, o som, a imagem... mais não seriam do que auxiliares do chamado «texto principal"...
Quem conhece o texto de Caryl Churchill, terá certamente ficado surpreendido com a qualidade do trabalho realizado por todos aqueles que integram o GTESC 2015-2016.
Apesar da oliveira da "madrinha"  Maria do Céu Guerra, as Sete Crianças Judias do GTESC não se deixaram confinar à Faixa de Gaza.

6.5.16

A guerra não se explica! Nem às crianças!

A propósito do monólogo dedicado a Gaza, Sete Crianças Judias, de Caryl Churchill

A guerra não se explica! Nem às crianças!
Na guerra morre-se! Por vezes, sobrevive-se sem perceber como. Quem sobrevive também não sabe porquê.
Claro que há os que não podem morrer na guerra. Vivem longe ou, então, mandam na guerra. 

Às crianças que vivem a guerra de nada serve explicar o que é a guerra nem a história da guerra. O melhor é mostrar a todas as crianças o mapa dos que vivem longe da guerra, o mapa dos palácios dos senhores da guerra...
O melhor é mostrar-lhes que há senhores da guerra que vivem na sua própria casa, na sua própria rua, na sua própria escola, na sua própria sinagoga, na sua própria mesquita, na sua própria igreja, na árvore mais frondosa do terreiro mais próximo... e talvez seja melhor mostrar-lhes que, entre as próprias crianças, também há senhores da guerra...

Bom seria que não fosse necessário ficar à espera que as crianças crescessem. Para quê colocar sobre os ombros das crianças a responsabilidade que é nossa, os que vivemos longe e os que mandam na guerra?

5.5.16

Com pinças

Com pinças... escrever mais do que isto já é atrevimento. 

Aos dezoito anos, a verdade é uma forma de enxovalho.
Traçar um plano e aplicá-lo é desnecessário.
Distinguir uma ideia de uma ação parece insensato.
Ignorar o significado das palavras não aflige ninguém. 
Ler segundo uma instrução é uma forma de tortura.

Há temas pobres e temas ricos. Por ora, a Internet parece ser um tópico desinteressante. Tal como a leitura!

Aos dezoito anos,  o ponto de fuga encontra-se na escrita criativa. 
Com pinças... acrescento: - E se fossemos lendo o "Guia Prático de Escrita de Ficção", de Mário de Carvalho... até porque "Quem Disser O Contrário É Porque Tem Razão"...

Quem souber dizer o contrário... 

Com pinças também se pode dizer o contrário.

4.5.16

Sem qualquer expectativa

Bem sei que os linguistas e certos filósofos da linguagem estão convencidos que «dizer é agir», eu por enquanto preocupo-me com aqueles que confundem o pensamento com a ação. Em abstrato, isto pode enervar, mas eu sei bem do que estou a falar.

Publiquei esta breve reflexão no Facebook, sem qualquer expectativa, convencido que o pensamento vive de ideias e de certas imagens, nem todas. Há por lá umas tantas que atrofiam!
Consta que há por aí um paradigma que confunde tudo: os leitosos que nada fazem, os achistas instantâneos e, sobretudo, os narcisistas de serviço...
Eu bem tento, mas há dias em que esmoreço... chego a pensar que o melhor seria subir ao palco e despejar tudo para a plateia.
Para quê? Continuaria a falar sem demover. No meu caso, o provérbio «água mole em pedra dura tanto bate até que fura" não se aplica.

3.5.16

A Internet em versão escolar

A Internet permite-nos falar «com o outro lado do mundo, com pessoas do outro lado do mundo».
O outro lado? Quanto a este, estamos esclarecidos! Será assim mesmo?
A Internet será um «tema viral», uma vez que a «aderência» é cada vez maior?
O que é um «tema viral"? O que é feito da adesão? Caiu em desgraça?
A Internet permite  mesmo  «travar conhecimento com a cultura italiana»? Bom, ao fim da tarde, marcamos encontro... Espero não me atrasar! É que ela há muito que espera por mim...
Será que faz algum sentido que haja quem «se dedique à Internet»? Não sei se antigamente havia quem se dedicasse à máquina de escrever, embora as boas esposas se dedicassem aos maridos e aos filhos, sem esquecer as que procuravam  o «outro lado do mundo»...
Acabo de encontrar um enunciado que me assegura que «a Internet pode ser uma fonte de dispersão para a sociedade».
Pobre sociedade, tão global e tão dispersa!

Será que faz  algum sentido afirmar que «a minha Internet está muito lenta»?
É bem feita! Ora, se sou tão comedido quando me refiro à Luz...

2.5.16

O sociólogo Alberto Gonçalves escreveu-me...

Embora não saiba quem eu sou, o sociólogo Alberto Gonçalves escreveu-me nos seguintes termos:

«Aos cépticos, lembro que, pormenores à parte, em Caracas a coisa também começou assim, com o poder tomado por um bando de rústicos, nostálgicos do comunismo ou meros oportunistas de carreira. E também houve bazófia, proclamações de soberania, injúrias a imperialistas imaginários, juras de amor à liberdade, promessas de imparável progresso...» DN, 1 de maio de 2016.

Quem quiser entender a ciência deste sociólogo que leia o artigo "A Venezuela é o futuro". Estão lá os dados todos!
Eu sou um dos céticos que duvida da bondade das instituições europeias, que não crê na solidariedade dos credores, que está convencido que o imperialismo existe... e que o senhor Alberto Gonçalves se está a exceder, escrevendo por encomenda...
Pode ser que eu esteja errado e que, afinal, o sociólogo tenho ponderado devidamente os dados e a sociologia seja uma ciência exata, cujos resultados são fraternamente acolhidos pelo Diário de Notícias... ao domingo, dia de todos os senhores.

1.5.16

No dia da mãe, António Barreto escreve sobre os pais

No dia da mãe, António Barreto queixa-se de que o Ministério, os sindicatos e os professores não apreciam os pais:

«E muito menos os pais. Metediços, ignorantes e incompetentes são os epítetos que muitos professores e quase todos os sindicatos reservam para os pais dos seus alunos. No que são acompanhados pelo ministério que jamais fez reais esforços para interessar os pais e lhe dar tempo, proporcionar estruturas de participação sincera e atribuir responsabilidades e poderes.» DN, 1 de maio de 2016.

Melhor seria começar por afirmar que, em geral, é a MÃE que é a encarregada de educação, papel que, atualmente, chega a ser desempenhado  pela AVÓ. E que a mãe faz na escola o que sempre fez na vida: defende a cria de tudo e de todos, com maior ou menor razão. Sempre foi e, assim, continuará a ser.
Embora não seja meu hábito defender o ME, tenho que reconhecer que, se faltam condições aos encarregados de educação para uma maior participação na escola, a responsabilidade deve ser partilhada por outras áreas da governação e do sector empresarial privado e público. Quanto à irritação dos professores, o melhor seria analisar, com realismo, a situação dos atuais docentes e, em particular, dos diretores de turma.
Quando um investigador docente universitário observa os ensino básico e secundário, fá-lo, em regra, de forma especulativa, de acordo com pressupostos razoáveis, mas cujas conclusões são, na maioria dos casos, inadequadas. E porquê?
Porque raramente é encarregado de educação, sobretudo se pai, porque nunca desempenha a função de diretor de turma, porque não tem tempo para participar no Conselho Geral da escola, e porque tem uma péssima noção do que significa ser docente na escola atual: continua a pensar que a sala de aula é o lugar para dar conta dos resultados da SUA investigação, que na sala de aula ainda há lugar para o primado magistral e, sobretudo, ignora... o que eu, por ora, não me atrevo a reportar...