31.12.12

O ato de ler e não só...


«E não falo das operações cerebrais: como seja ler, por exemplo: quando digo que o olho vê - foca - um ponto de cada vez, quero dizer um ponto (extenso!!!) de visão óptima, em torno do qual a visão, seja esta o que for, se esfuma, esbate ou dissipa gradualmente. Vemos, de facto, um trecho de escrita, uma letra ou sílaba no ponto de visão óptima da retina e algo mais que se dissipa em torno dele. O hábito de ler também ajuda aqui: presumo, antecipo ou deduzo a palavra ou frase que ainda não li ou nem chego a ler, ou só leio vagamente. Assim (e isto o camarada tipógrafo deve procurar entendê-lo), quanto mais denso, condensado ou apertado e mais negro ou visível é o tipo, mais depressa eu leio, porque a cada olhada (-dela) abrange mais do material impresso. Espacejar o texto, contra o que muitos supõem, e temos por hábito fazer, é retardar e dificultar a leitura, é criar espaços vazios, brancos, em que o olho é forçado a mover-se em vão, sem nada ler. (...) Por outro lado, os grossos caracteres são bons para os quase «invisuais», como demos agora pedanticamente, em chamar aos cegos, para os não ofender ou humilhar - tão delicados somos de alma! Porque não chamar então impedestres aos coxos?»
(...) José Rodrigues Miguéis, Programação do Caos, nº 23 

- Quantas ideias se vão perdendo!?


A escada flutuante

O professor tem sido uma escada por onde poucos subiram e muitos desceram! Infelizmente, a realidade só confirma o balanço.
Esperar-se-ia que tivessem sido mais os que subiram a escada do que os que a desceram nestes últimos 38 anos, mas, na verdade, há muito que a descida aos infernos teve início.
 A escada quebrou degraus, perdeu apoios, e flutua, agora, à deriva, pronta a extinguir-se.

(...) E o mais assustador é quando um ministro, que nem a escada tentou subir ou, mesmo, descer, dá lições sobre as qualidades dos outros ministros  deste país!

30.12.12

A chave de 2012

Antes que seja proibido, vamos lá encerrar 2012! Vamos arrumá-lo num baú, deitar a chave fora, e pô-lo em órbita de um qualquer planeta distante.
Não vale a pena chorar por 2012, pois é um daqueles anos em que a maioria dos portugueses foi assaltada por desclassificados da pior espécie que continuam a ter a audácia de arvorar em redentores incompreendidos.
E mesmo que voltemos a encontrar a chave em 2013, o melhor é ter sempre presente os seguintes versos de  Pedro Mexia, in Menos por Menos

Não deves abrir as gavetas
fechadas: por alguma razão as trancaram,
e teres descoberto agora
a chave é um acaso que podes ignorar.
(...)

29.12.12

4700 promoções

Em 2012, o Governo autorizou 4700 promoções nas forças de segurança - GNR e PSP!
Afinal, o congelamento não é universal!
Em termos de balanço do ano 2012, quantas promoções e progressões foram autorizadas no âmbito do estado?
VIVA A EQUIDADE!

28.12.12

Em Beja, no lugar do sagrado

Pobre São Francisco! Apesar do voto de pobreza, viu-se transformado em pousada e, sobretudo, despojado da alma.
Fica um apelo - eterno - à GREVE GERAL... e um poeta - Mário Beirão - agrilhoado a um torreão.

Sinais de que se pode ser, ao mesmo tempo, religioso e pouco católico!

(Inesperadamente, a visita ao casco de Beja foi conduzida pelo professor doutor Jorge Castanho e esposa - filhos da terra.)
/MCG

27.12.12

Em Beja

Em Beja, o que sobra da calçada romana…Sem estradas não teria havido romanização! Nem Pax Julia!
Quem quer conquistar território constrói vias de comunicação ou, em alternativa, compra-o em saldos. Vide privatização da ANA…

Apesar de poder morrer à fome, ainda há quem fuja do cativeiro! - A cacatua...

26.12.12

Fraqueza...

Hoje, ao percorrer o IP 8, não pude deixar de dar conta de que os ricos do meu país, depois de terem esbanjado milhões a expropriar propriedades, a esventrar e a terraplanar a planície alentejana, a levantar viadutos, de um dia para o outro abandonaram impunemente a obra... 
O que sobra da A 26 é o espelho da incompetência e da impunidade que grassa neste triste país! 
Ao percorrer o IP 8, fico com a sensação de que o projeto de ligar Sines a Beja não é tão insensato como se diz. 
                               "Fraqueza / é desistir-se da cousa começada." (Luís de Camões)
Este país já passou por muitas catástrofes, mas nunca teve governantes tão fracos! Governantes que só sabem destruir!