30.11.11

O polvo democrático…


A 30 de novembro de 2011, o polvo democrático aprovou o orçamento de estado mais anti-democrático da democracia. E com esta aprovação, CDS, PSD e PS abriram a porta ao desinvestimento e à insubordinação individual e coletiva.
Ao longo de 37 anos, o polvo democrático, acolitado autarquicamente pelo partido comunista, partilhou a clientela partidária, inventando um país de abril à medida da sua avidez e da sua ignorância – um país postiço que, agora, é posto a ferros…
37 anos depois de abril, o polvo democrático, mestre do disfarce, mas incapaz de se libertar dos tentáculos, prefere saltar sobre a presa, sugando-lhe a medula e deitando fora o esqueleto.

29.11.11

A metáfora do muro…



A propósito das “Crónicas de Tempos Vagos” de António Souto, dou comigo a passear pelo blog “Floresta do Sul” de António Manuel Venda que ali sacrifica aos deuses que conseguem preencher o tempo sem levantar muros, visíveis ou invisíveis. 
Ao mesmo tempo, ainda oiço a magnífica lição de José Jorge Letria, para quem os muros são mais uma construção do leitor do que do autor. E entre ambos, surge a brecha que nos permite passar através do muro, isto é, nos permite comunicar. E recordo “O Silêncio” de Sophia (ou seria de Mónica?) que lhe permite despertar para uma realidade ensurdecedora.
Hoje, no Auditório “Camões”, apesar da sapiência dos autores, o muro esteve vezes demais do lado dos destinatários. Esperemos, no entanto, que a iniciativa sirva para abrir mais uma fenda…

28.11.11

O ensurdecedor social… o mito


Se para Pessoa, o mito fecunda a realidade, sendo indispensável para a construção da identidade coletiva (Mensagem), para Pepetela o «mito serve para compensar frustração, serve de ensurdecedor social» (A Sul. O Sombreiro).

Realmente, os estudantes do ensino secundário continuam a assimilar (in)voluntariamente ideias messiânicas e sebastianistas que lhes esmagam a vontade, deixando-lhes apenas o sonho nebuloso da redenção definitiva…

Começa a ser tempo de desmontar os mitos e acabar com as mistificações criadoras de manipansos estéreis.

27.11.11

Bolota no Parque das Nações!



Sem querer substituir a batata pela bolota, refira-se, no entanto, que esta (tal como a castanha), antes dos descobrimentos, era a base de muitas sopas, havendo, também, quem confecionasse uns saborosos queijinhos de bolota.

Na época de crise que atravessamos, em que os hotéis crescem que nem cogumelos, talvez venha a ser chic degustar uma tradicional sopa de bolota… Por aqui, no Parque das Nações, só faltam os porcos! Ou Não?  

26.11.11

Na rua Marquês de Tomar



Na rua Marquês de Tomar (Lx), a altercação alonga-se: senhorio e inquilina desentendem-se quanto ao valor da renda. O atraso da inquilina é atribuído a incumprimento do senhorio que, entretanto, lhe responde na mesma moeda. Os argumentos tornam-se gritos e a rua começa a encher-se de curiosos...

(…) Sem pagar, a inquilina arranca a toda a velocidade e o senhorio manda-a queixar-se ao advogado… que ela não pode pagar.


25.11.11

O negócio do lixo…

As agências de rating só veem lixo, não porque vivamos numa lixeira, mas porque o objetivo é forçar-nos a endividarmo-nos irremediavelmente.

A usura é o modo de vida dos credores que, ao mesmo tempo que conseguem um rendimento fabuloso, procuram gerar a indignação e a revolta necessárias à eliminação dos valores gerados pela revolução francesa.

Hoje já não há direita capitalista nem esquerda socialista! Há apenas redes de especuladores que se divertem a destruir para poder acumular.

Regressámos ao antigo regime! Até quando?

24.11.11

Por coincidência!

Durante duas horas caminhei e nada vi de surpreendente, a não ser que havia muito mais polícia em Moscavide do que na Portela ou em Sacavém. Havia pessoas nas paragens de autocarro à espera das carreiras da rodoviária, já que a Carris aproveita o dia para agravar a dívida pública. Nas ruas, a circulação de veículos e de peões era insignificante, deixando entender que o momento é de labor ou de descanso. E de facto nalguns estaleiros, oficinas, lojas e esplanadas, vi trabalho e ociosidade. Não soube, no entanto, avaliar quem levava a melhor…

Entretanto, por coincidência, as agências de rating, só veem lixo. E que mais poderiam elas ver em dia de greve geral?