10.5.11

Torres Novas - mais longe

O que não se vê: um cemitério, um estabelecimento prisional, dois lares e um convento, um hospital defunto, uma escola  de polícia, o Almonda…

Entre margens de clausura, perde-se o rio a caminho do Tejo, vem de perto… sem tempo para se alongar. O mesmo acontece com a cidade, outrora vila! E comigo! Porque aqui nasci, e parti a caminho do Tejo; cada vez mais perto da foz, sinto que mais longe estou, como se em fuga, mas sem linha de água…

(Os dias, entretanto, são de incongruência, capricho, arrufo, equívoco, irresponsabilidade, mentira e, sobretudo, de petulância.)

/MCG

8.5.11

Uma boa ideia!

http://vimeo.com/20887702

O membro do Banco Central da Islândia Gylfi Zoega diz que Portugal deve investigar quem está na origem do elevado endividamento do Estado e dos bancos.

«Temos de ir aos incentivos. Quem ganhou com isto? No meu País eu sei quem puxou os cordelinhos, porque o fizeram e o que fizeram, e Portugal precisa de fazer o mesmo. De analisar porque alguém teve esse incentivo, no Governo e nos bancos, para pedirem tanto emprestado e como se pode solucionar esse problema no futuro.»

Só posso estar de acordo com Gylfi Zoega. Será assim tão difícil encontrar a resposta? O eleitor necessita de conhecer o nome de quem, nas últimos anos, saqueou o estado português, para que possa votar em consciência… Sem essa resposta, mais vale pôr-se ao sol!

7.5.11

Uma extensão ortodoxa…


A Fundação Maria da Conceição e Humberto Horta é uma fundação de solidariedade social, sem fins lucrativos de carácter religioso, criada por iniciativa de Maria da Conceição Mendes Horta e Humberto Rodrigues Lopes Horta, com sede em Casal Garcio Môgo, freguesia de Salvador, concelho de Torres Novas.
A Fundação Maria da Conceição e Humberto Horta, pessoa colectiva de utilidade Pública, com nº 504167936 R.N.P.C., reconhecida por despacho do Ex.mo Senhor Secretário de Estado da Inserção Social, datado de 02 de Junho de 1998, com registo lavrado em 09 de Junho de 1998, pela incrisção nº20/98, a fls.154 e 154 v.º do livro nº5 das Fundações de Solidariedade Social, publicada no Diário da República n.º160 de 14/07/98 III série, com o fim de promover e melhorar a condição de vida dos idosos.
Só hoje acertei com o caminho de terra batida para este “santuário”. Desde os anos 60 que oiço falar da “santa” e respectivos “apóstolos”. Um destes teria destroçado o coração a uma tia. Vá lá saber-se porque é o meu avô, um santo homem, terá embirrado com ele, proibindo o namoro! Mas isso foi antes da “santa” se iniciar nas visões e nos milagres, ali, pertinho da “capelinha das aparições”…
Ao longo dos anos, fui ouvindo, incrédulo, as notícias sobre a charlatanice e os abusos, pensando que morta a “santa”, os “apóstolos” partiriam por esse mundo a semear as graças… Afinal, ali, juntinho à A23, conseguiram criar uma Fundação e uma catedral. Haja Deus!
Percorri a pé, qual peregrino, todo o espaço, e, apenas, enxerguei três almas. Uma freira, no interior da catedral, que parecia rezar pala alma dos patronos, para sempre reunidos naquele abençoado lugar. Ou seria pela minha? Um idoso sentado num banco corrido (do lar?) e um maltrapilho que vivia num casinhoto próximo…   

5.5.11

Auctoritas…

Acrescenta-se a realidade sempre que a forma se torna conteúdo. Hoje, no entanto, Portugal é um país muito mais pobre. Incapaz de potenciar a sua verdadeira massa crítica, o país passa a ser monitorizado pela TROIKA, deixando-nos a ilusão de que ainda somos soberanos, e por isso ainda vamos a votos…

O problema é que os candidatos que se apresentam nada acrescentam à nossa realidade. Falta-lhes autoridade, no sentido mais primitivo do termo. Não passam de réplicas!

(E a autoridade exige pensamento próprio, sentido de responsabilidade e, sobretudo, honestidade!)   

3.5.11

A suspensão…

A suspensão consiste em fazer-nos esperar, até ao fim de uma frase ou de um período, em vez de apresentar de imediato um aspecto que poderá causar-nos uma impressão muito forte – boa ou má…

Ao ouvir José Sócrates, dou comigo às voltas com a retórica… a comunicação alonga-se em acinte, em desforra, como se o mais importante fosse trocar as voltas ao inimigo, e, simultaneamente, tranquilizar os correligionários e os simpatizantes. O discurso bifurca-se, adiando, suspendendo o cerne do «acordo»…

A “suspensão” é um procedimento que, de facto, permite dissimular a realidade ou, pelo menos, torná-la mais leve. José Sócrates revela-se mestre nesta arte, enquanto que a TROIKA nos vai aplicando a extrema unção.

Entretanto, o mestre, feliz, já traçou o plano de retirada!

2.5.11

Resta saber se…

11.09.2001 / 01.05.2011

O mito é o nada que é tudo.” Fernando Pessoa

Muitos vieram do nada e poucos conseguiram abarcar a totalidade. No início do século XXI, alguém, que tinha quase tudo, quis conquistar a parte que pensava faltar-lhe e, para o efeito, planeou eliminar o inimigo, e fê-lo de forma tão ostensiva que, de imediato, teve de passar à clandestinidade… e lá viveu até ontem. Uma parte do mundo imaginava-o anjo das trevas, a outra via-o anjo de luz.

Com a declaração da morte do homem, chega a transfiguração. Resta saber se em pó se em mito!

(De qualquer modo, pela bibliografia disponível, as portas ter-se-ão certamente aberto, e o futuro será cada vez mais incerto. Os festejos não anunciam nada de bom!)

Jean-Charles Brisard, Ben Laden: La Vérité Interdite

Richard Labévière, Les Coulisses de la Terreur

Omar Bem Laden, Oussama Ben Laden, Portrait de Famille

Nasser al-Bahri, Dans l’Ombre de Ben Laden

Jean-Pierre Filiu, La Véritable histoire d’Al Quaida (para adultos)

Mohamed Sifaouie Philippe Bercovici, Ben Laden dévoilé

Elisabeth Combres (ilustração de Diego Aranega), Le Terrorisme (para crianças com mais de 11 anos)*

*Retrata a “Morte anunciada de Oussama Ben Laden” em imagens.

1.5.11

Na Turdetânia…

«Sempre foi uma função nacional pedir. (…) Vinha de longe, talvez dos turdetanos, pelo menos dos tempos em que em Portugal havia apenas fidalgos, frades e mendigos.» Aquilino Ribeiro, Aldeia, 1946

Para Passos Coelho, num país de mendigos, vai ser possível não reduzir nem salários nem funcionários! Extraordinário! Estarão os fidalgos de acordo?

Melhor seria que os políticos explicassem ao país como é que vão honrar os compromissos financeiros do Estado, torneando as medidas que nos vão ser impostas.

Afinal, a campanha eleitoral vai ter como objectivo apurar quem é o maior trafulha da Turdetânia!

Nota: Segundo Estrabão,  os turdetanos, principalmente os que viviam ao longo do rio Baetis, tinham adoptado o modo de vida Romano, e não se lembravam mais da própria língua.