12.2.11

Pingarelhos…

Enquanto que, no Egipto, os generais contam as armas e redistribuem as comendas, e o povo celebra nas ruas a ilusão, por aqui armamos ao pingarelho: o Bloco de Esquerda sonha que tem do seu lado mais de 50% dos portugueses; o PSD faz de conta que se preocupa com a sorte do povo e por isso adia a decisão há muito tomada – deixar ao PS a aplicação da política ruinosa dos credores; o PCP, pudico, dá ares de cortesã ultrajada e promete avançar orgulhosamente com a sua moçãozinha; o CDS, enredado na farsa de plebiscitar o pequeno «duce», mas pronto a avançar para qualquer poleiro… enquanto o PS continua a encenar histrionicamente a morte da Pátria, lavando as mãos olímpicas…

Bom seria que a revolta saísse à rua, livre de grilhetas, e varresse a cambada que há longos anos saqueia a Pátria! Mas como se o saque nos corrói desde a fundação?

11.2.11

A caminho…

Entregar o poder às Forças Armadas Egípcias é abrir o caminho para o abismo. Nas ruas e na caserna erguer-se-á uma oligarquia cimentada no ódio aos Estados Unidos e a Israel.

Esta satisfação ocidental em torno da partida de Mubarak mais não é do que um golpe de mágica para confundir o povo egípcio e mundo árabe.

De qualquer modo a ilusão é do Ocidente, pois o mundo islâmico não corre atrás da democracia! A laicização do mundo árabe não passa de uma fantasia ocidental!

8.2.11

Falsos ídolos...

Quando os recursos são escassos, há sempre quem veja no seu trabalho grande mérito mesmo que nada traga de novo. Repetem-se as conclusões, mas, de verdade, este novo riquismo não passa de um indicador de luta pelo poder. Com mais ou menos SeguraNet, a pobreza moral, social e económica continua a alastrar. Mudam as ferramentas, cresce a velocidade da revolta, mas o mundo fica mais pobre, porque as novas linguagens continuam a ser feudo de sumos pontífices mais ou menos ocultos.


6.2.11

Aqui é que se está bem!

Tem tudo: água, luz e cor! E, sobretudo, como diria Alberto Caeiro, não há humanos; só uma criança, loura… e árvores que crescem sem nos pedir autorização… e aves, diversas, que cantam sem rimas.

Nada, aqui, é pensado, tudo é natural, sem escola onde ir, a não ser que subamos a encosta…~
/MCG

4.2.11

Penélope morreu de tédio?

(No dia 31 de Janeiro de 2011, Teatro Nacional D. Maria II)
Só um herdeiro português poderia pensar que Penélope pudesse morrer de tédio! Tecer projectos megalómanos, comer e beber,  cortejar são as únicas acções que valem um esforço.
A espera de Penélope mais não é do que a rejeição do tédio que resultaria da substituição do amado Ulisses por qualquer outro pretendente ambicioso…
Em GLÓRIA de Cláudia Lucas Chéu, o caminho é o do ensimesmamento de Telémaco (PATHOS), a braços com um sentimento espúrio que lhe atira o discurso para a revolta contra um pai ausente que descura a mãe e a pátria (…) Os jogos de linguagem, o mimetismo e o calão tornam-se nucleares no texto dramático…, levando à assunção de um discurso frequentemente grotesco, porém salvo pela recriação de AlBANO JERÓNIMO.

2.2.11

O formigueiro…

 

Sempre que o boato (ou o mujimbo) avançar tímido, não acredite nessa morosidade…

Sempre que o Governo pede um empréstimo, a dívida aumenta exponencialmente… Sempre que um político faz uma promessa, o receio começa por crescer lentamente, para depois se transformar numa enorme desilusão.

Nas revoluções, assiste-se sempre a um crescimento exponencial dos revoltados e dos manifestantes. De acordo com esta lei, uma formiga pode tornar-se num formigueiro.Curiosamente, os governantes têm dificuldade em compreender este mecanismo. Mas, hoje, basta uma sms para incendiar a rua e o palácio.