3.5.18

A Sísifo...

«Un visage qui peine si près des pierres est déjà pierre lui-même!» Albert Camus, Le mythe de Sisyphe

Pior do que ser pedra é ter que voltar a subir a montanha, embora sem pressa, pois o castigo é eterno. A Sísifo resta gerir a subida e a descida, indiferente ao olhar de Zeus...
A Sísifo resta gerir a eternidade, pesaroso ou prazenteiro, conforme o sentido de humor de cada momento... ciente de que foi a liberdade que o condenou...
Entretanto, um amigo contempla o raro equilíbrio das pedras; outro amigo espera que a festa comece para que o seu número se cumpra - ambos de passagem, felizmente... O último talvez preferisse "dizer" a septilha de Miguel Torga:
Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances 
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

Que os Poetas me perdoem, pois do fruto concedido, prefiro metade para a subida e outra metade para a descida.

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