12.4.18

Desassombrado...

Se a leitura dos contos "A duquesa e o joalheiro" e "O Legado" não me oferecem qualquer dificuldade interpretativa, o mesmo não posso dizer de outros contos como, por exemplo, "A Casa Assombrada"... A ordem acaba por ser substituída por uma nova ordem - o judeu deixa-se mover pelo apelo libidinal; a leitura do diário (do legado) provoca a descoberta de que a vida levada era de mentira... e o suicídio um ato de coragem, de amor...
Em "A Casa Assombrada" um par de fantasmas, saído da tradição neorromântica, anda à procura. Do quê? De um tesouro enterrado... da alegria... do coração da casa... da luz no coração...
Através do "fluxo de consciência» dos fantasmas e da ironia autoral, Virginia Woolf... destrói a ideia de que a casa assombrada possa ser um lugar de terror... A casa fora um lugar de partilha, de amor que a morte interrompeu...
Neste último conto, Virginia Woolf questiona o imaginário do leitor, ridicularizando as suas espectativas.

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