26.12.17

De facto, nada...

Perguntam-me 'o que é que aconteceu?'...
De facto, nada.
Apenas, a tomada de consciência da inexorabilidade do tempo.
São muitas as horas vividas no limite... e agora a ideia de que o mutismo pode ser redentor acalenta-me, embora outrora ele fosse identificado com a Morte... a terceira hora, a terceira estação, a terceira moira, a terceira irmã...
Nesse tempo, não havia Outono...
Só havia Pai, Filho e Espírito... (talvez só mais tarde...)

... o limite da racionalidade, onde ainda é possível refrear a imediatez da palavra, do gesto. Absurdo é não querer compreender que para tudo há limites...

Recordo, entretanto, um episódio de mudez seletiva que durou cerca de um ano e que nunca foi devidamente explicado. À época, pensou-se que seria fruto de... - a explicação hoje não me diz nada. Permite-me, no entanto, lembrar outros momentos em que o silêncio era um verdadeiro enigma,
Ontem, não aconteceu nada. No passado nada acontece... Mesmo quando recordamos é sempre no presente... no momento.
E assim se explica a ausência de personagens...

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