2.11.17

O Poder e a chuva

Estou a pensar na infalibilidade de certos sacerdotes, mal rogaram aos crentes que começassem a rezar, desatou a chover. Abençoados sejam e que a chuva se mantenha!


Em certos romances de Pepetela, a sorte do Rei joga-se na sua capacidade de fazer chover. Os conselheiros do Rei esclarecem-no ou confundem-no quanto à probabilidade de os céus se abrirem nem que seja em pequenos charcos... E claro quando a chuva cai, é a festa no povoado e a consagração do monarca...

Em Portugal, morto o Rei, nem o Presidente nem o Primeiro-Ministro se revelam capazes de fazer chover. Deve ser por isso que o Presidente aproveita todas as lágrimas do povo, enquanto que o  Primeiro-Ministro recolhe ao Gabinete, temeroso que o poder lhe escape definitivamente...
No entanto, na sombra, move-se o Cardeal, que não pode perder a oportunidade de mostrar que a chuva é de origem divina,... e eis que a chuva abandona o Céu e se derrama sobre a terra portuguesa...
Que a bênção cardinalícia não nos abandone!

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