20.7.17

Pouco discreto

Lembro-me de uma cerca feita de pedra, arrancada sabe-se lá onde, embora  haja sempre quem saiba, uma cerca que cumpria zelosamente a sua função - impedir que o olhar dos vizinhos se atrevesse a identificar o que era guardado no interior do quintal...
Por um instante, sinto-me tal o puto traquina que, assim como quem não pensa nisso, se encavalitava no muro para avaliar se valia a pena correr riscos...
Também eu, por um instante, me vi, hoje, a saltar a cerca, tentando avaliar como decorrera o exame de Português, mas logo a vizinha, sem palavra dizer, me cerceou o ímpeto...
Esta memória, como bem se entende, não tem qualquer propósito, a não ser o de me interrogar se não me terei esquecido, em tempo devido, de explicar o que  é um valor, lembrado ainda daquele outro vizinho ainda jovem que um dia insistiu que a cobardia (dos alcaides medievos) era um valor, porque devidamente recompensado pelo usurpador...

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