11.5.17

Perder a paz

"- Qu'est-ce qui sera difficile? - De nous donner une conscience. Nous ne sommes pas une classe. Tout juste un troupeau." Jean-Paul Sartre, La mort dans l'âme. Folio, pág. 271.

Contexto:  a verrerie de Baccarat transformada em campo de concentração (ainda no sentido literal) de soldados franceses na França derrotada pelos alemães em 1940.
Os soldados derrotados e desmoralizados esperam, assinado o Armistício de Compiègne, poder regressar a casa, embora não saibam como - a desonra condena-os ao mutismo...
Submissos e subservientes aceitam incondicionalmente a ordem alemã. Não compreendem como é que os vencedores de 18 se transformaram nos vencidos de 40...
Há, contudo, quem coloque a pergunta determinante: "Tu pourrais peut-être nous expliquer pourquoi que vous avez perdu la paix?" (ibidem, 268)

Perder a paz! Sim, esse é que é o grande perigo! (Claro que ainda continua a haver quem aconselhe: Si vis pacem, para bellum! / Se queres paz, prepara a guerra!)

Como, infelizmente, em tempo de paz abdicamos da consciência, mais não somos do que rebanhos dispersos pelas pradarias da vaidade, da inveja, da ostentação e da soberba.
O paradoxo é que são muitas vezes as mesmas ovelhas que se movem ritualmente em ondas de apelo à paz sob a condução do Pastor do Momento...

Sem comentários:

Enviar um comentário