8.5.17

Cá nesta Babilónia...

Nesta Babilónia, qual é a versão que corresponde ao texto deixado pelo Poeta?
 (ver soneto Cá nesta Babilónia, donde mana)

cá, onde o mal se afina, e o bem se dana,
e pode mais que a honra a tirania;
cá, onde a errada e cega Monarquia
cuida que um nome vão a desengana;

cá, neste labirinto, onde a nobreza
com esforço e saber pedindo vão *
às portas da cobiça e da vileza;
Camões, Luís de, 1994. Rimas, Coimbra: Almedina


Cá, onde o mal se afina, o bem se dana,
E pode mais que a honra a tirania;
Cá, onde a errada e cega Monarquia 

Cuida que um nome vão a Deus engana;

Cá, neste labirinto, onde a Nobreza, 

O Valor e o Saber pedindo vão 
Às portas da Cobiça e da Vileza;
http://www.portaldaliteratura.com/poemas.php?id=624


* A ideia de que a Nobreza se preocupava com o Saber não se ajusta ao modo como Camões a retrata na epopeia.


CXCIV

Cá nesta Babilônia, onde mana
Matéria a quanto mal o mundo cria;
Cá onde o puro Amor não tem valia,
Que a Mãe, que manda mais, tudo profana;

Cá, onde o mal se afina, e o bem se dana,
E pode mais que a honra a tirania;
Cá, onde a errada e cega Monarquia
Cuida que um nome vão a Deus engana;

Cá, neste labirinto, onde a Nobreza
O Valor e Saber pedindo vão
Às portas da Cobiça e da Vileza;

Cá neste escuro caos de confusão,
Cumprindo o curso estou da natureza.
Vê se me esquecerei de ti, Sião!

© LUIZ VAZ DE CAMÕES
In Obras de Luíz de Camões (Vol. II), 1861
Pelo Visconde de Juromenha



SALMO 137

Às margens dos rios de Babilônia, nos assentávamos chorando, lembrando-nos de Sião.
 Nos salgueiros daquela terra, pendurávamos, então, as nossas harpas,
 porque aqueles que nos tinham deportado pediam-nos um cântico. Nossos opressores exigiam de nós um hino de alegria: Cantai-nos um dos cânticos de Sião.
 Como poderíamos nós cantar um cântico do Senhor em terra estranha?
 Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, que minha mão direita se paralise!
Que minha língua se me apegue ao paladar, se eu não me lembrar de ti, se não puser Jerusalém acima de todas as minhas alegrias.
 Contra os filhos de Edom, lembrai-vos, Senhor, do dia da queda de Jerusalém, quando eles gritavam: Arrasai-a, arrasai-a até os seus alicerces!
Ó filha de Babilônia, a devastadora, feliz aquele que te retribuir o mal que nos fizeste!
 Feliz aquele que se apoderar de teus filhinhos, para os esmagar contra o rochedo!


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