20.11.16

Impossível, hoje!

«As viagens são consideradas geralmente como sendo uma deslocação no espaço. É pouco. Uma viagem inscreve-se simultaneamente no espaço, no tempo e na hierarquia social.» Claude Lévi Strauss, Tristes Trópicos

A sucessão de lugares, a vertigem do percurso, o tempo insuficiente para encurtar a distância, como se os intervalos nada pudessem contar, apenas dourados estéreis fastidiosos - a viagem...
O espaço só ganhava consistência se houvesse um pouco mais de tempo - raro. Impossível, hoje! E quando espaço e tempo confluíam, isso significava, por um lado, mais folga financeira e, por outro lado, descoberta de desnivelamento social - de desigualdade.
Por aqui, é a bananeira que expõe um cacho de bananas contra a chuva e contra o frio, insistindo numa viagem condenada ao malogro...
Acolá, é a Fundação Calouste Gulbenkian que mostra As Linhas do Tempo que a regem, como se a viagem pudesse ser nossa (1986-1956-2016). A entrada é livre e gratuita!
O difícil é ficar indiferente à riqueza que permite este festim do gosto que inebria e que convida à viagem...
Por mim, hoje, o meu pensamento está com a bananeira...

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