21.6.16

Estaremos a ficar desenvergonhados?

«...ça signifie que nous sommes en train de perdre tout sentimento de honteUmberto Eco, Numéro Zéro, page 232, Le Livre de Poche.
(Já não sei se estamos a ficar desenvergonhados ou se nunca aprendemos a ter vergonha.)
Esta minha indecisão é filha de um estado contraditório em que a educação judaico-cristã me fez respeitar certos princípios (valores?), como os do pudor, da responsabilidade e da honra. Sempre que desrespeitasse alguma destas regras, deveria sentir vergonha, confessar o pecado e arrepender-me... Por outro lado, Nietzsche e Freud alertaram-me para o peso excessivo da censura cultural e pessoal, deixando-me a balouçar entre a autocrítica permanente e um certo tipo de libertinagem, bastas vezes, antissocial.
Ouvi ou vi escrito que Armando Vara pede uma comissão de inquérito parlamentar que avalie o seu contributo para a bancarrota em que o país mergulhou. O mesmo exigem o PSD de Passos e o CDS de Cristas, embora por motivos diferentes...
Todos eles se dizem católicos; nenhum será judeu, quero crer. No entanto, comportam-se como suicidas a quem a palavra do Livro nunca terá chegado. 

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