6.6.16

Do rigor avaliativo

Estou indeciso! Não sei se escreva sobre uma certa tendência da escola pública ou sobre uma ideia do romancista Stendhall: Rapporter du revenu est la raison qui décide de tout dans cette ville qui vous semblait si jolie. L'étranger qui arrive, séduit par la beauté des fraîches et profondes vallées qui l'entourent, s'imagine d'abord que ses habitants sont sensibles au beau...» Le Rouge et le Noir, Livre premier.

Um pouco como o estrangeiro que chega a Verrières, e perante a beleza do lugar, imagina que os habitantes são sensíveis ao belo, também eu quero acreditar que a escola pública se rege pelo rigor avaliativo. No entanto, verifico, a cada ano que passa, que há um número significativo de alunos que consegue obter vinte valores, na avaliação interna, nas mais diversas disciplinas, sujeitas ou não a exame externo.

O vinte, mais do que premiar a excelência, consagra um tempo de emoção vivida pelo professor que se revê no discípulo, um pouco como o pai se revia outrora nos sucessos do filho...

E o mais interessante é que este tipo de excelência, em muitos casos, não tem qualquer continuidade no prosseguimento de estudos, até porque, na verdade, estamos perante  perfis que não trazem qualquer contributo enriquecedor  à comunidade... 

Agora que se aproxima o professor-tutor, desconfio que o número de vintes irá crescer ... como se os portugueses apreciassem o rigor.


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