1.5.16

No dia da mãe, António Barreto escreve sobre os pais

No dia da mãe, António Barreto queixa-se de que o Ministério, os sindicatos e os professores não apreciam os pais:

«E muito menos os pais. Metediços, ignorantes e incompetentes são os epítetos que muitos professores e quase todos os sindicatos reservam para os pais dos seus alunos. No que são acompanhados pelo ministério que jamais fez reais esforços para interessar os pais e lhe dar tempo, proporcionar estruturas de participação sincera e atribuir responsabilidades e poderes.» DN, 1 de maio de 2016.

Melhor seria começar por afirmar que, em geral, é a MÃE que é a encarregada de educação, papel que, atualmente, chega a ser desempenhado  pela AVÓ. E que a mãe faz na escola o que sempre fez na vida: defende a cria de tudo e de todos, com maior ou menor razão. Sempre foi e, assim, continuará a ser.
Embora não seja meu hábito defender o ME, tenho que reconhecer que, se faltam condições aos encarregados de educação para uma maior participação na escola, a responsabilidade deve ser partilhada por outras áreas da governação e do sector empresarial privado e público. Quanto à irritação dos professores, o melhor seria analisar, com realismo, a situação dos atuais docentes e, em particular, dos diretores de turma.
Quando um investigador docente universitário observa os ensino básico e secundário, fá-lo, em regra, de forma especulativa, de acordo com pressupostos razoáveis, mas cujas conclusões são, na maioria dos casos, inadequadas. E porquê?
Porque raramente é encarregado de educação, sobretudo se pai, porque nunca desempenha a função de diretor de turma, porque não tem tempo para participar no Conselho Geral da escola, e porque tem uma péssima noção do que significa ser docente na escola atual: continua a pensar que a sala de aula é o lugar para dar conta dos resultados da SUA investigação, que na sala de aula ainda há lugar para o primado magistral e, sobretudo, ignora... o que eu, por ora, não me atrevo a reportar...  

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