11.2.16

O novo real - subjetivo e cruel

Aprender a ver o que nos cerca podia ser um projeto de vida. Podia ser o princípio da revolta e da denúncia. E em tempos assim foi.
Para que a objetividade não nos escape, descrevemos minuciosamente a paisagem, o corpo, o objeto. Insatisfeitos, fotografamos; filmamos não, apenas, o objeto ou o corpo, mas a situação, o curso do acontecimento...
E depois, quando pensávamos na plenitude, na captura da flagrância, retomamos a imagem, a cena, e começamos a montagem, e tudo o que lá estava inicialmente mais não é do que pretexto para a expressão de um novo real - subjetivo e cruel...
Cruel, porque a realidade de pouco serve, pois o nosso anseio está agora nas mãos do programa que tudo permite manipular...
E nós gostamos!
(...)
Regressado à plenitude da sala de aula, fiquei neste triste estado - marioneta de um filme por estrear.    

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