6.11.15

Afronta-me este país desigual

Afronta-me este país desigual!

Hoje, vou voltar ao tema do tratamento da doença em Portugal a partir de uma situação familiar. Um indivíduo necessita de ser operado com urgência, por exemplo, no Hospital Curry Cabral; é visto pelo cirurgião que, face ao diagnóstico comprovado por um especialista, confirma a urgência no "processo"; a marcação do ato, no entanto, não pode ser feita de imediato; 15 dias, mais tarde, o referido indivíduo recebe uma simpática carta da Unidade Hospitalar de Gestão de Inscritos para Cirurgia, em que é informado:

«A partir deste momento, assumimos o compromisso de o (a) operar num máximo de espera de 9 meses (270 dias).»

Como se sabe, em muitos casos, a celeridade é fundamental para atalhar a evolução da doença. A vida do indivíduo em causa fica, assim, nas mãos de um gestor de "espera", a não ser que possa fugir do Serviço Nacional de Saúde...
E aqui é que a desigualdade se manifesta. Se o indivíduo for, por exemplo, beneficiário da ADSE ou de outro subsistema de saúde, poderá ser operado num prazo de 15 dias num Hospital Privado...

Agora que corremos o risco de vir a ter dois governos, pouco me importa qual deles governa, a não ser que um deles acabe com esta fronteira que acelera a morte de uns, apenas porque não têm recursos financeiros ou não descontaram para subsistemas que, entretanto, são subsidiados pelo Estado, com vantagens inconfessáveis para quem apoia, gere e executa este tipo de discriminação.

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