14.10.15

Assim estamos nós!

Cresci, por um tempo, num lugar onde o galinheiro não se misturava com a coelheira, pelo menos na hora da deita.
Depois de tanto tempo a separar as espécies, chegou a hora da miscigenação - o que me parece de grande sensatez, até porque nunca entendi a razão de ser das fronteiras, dos muros, do arame farpado...
Há, no entanto, um problema, uma maldição divina! Por mais que finjam, não falam a mesma linguagem, embora tenham o mesmo objetivo: conquistar ou manter o poder.
Recordo ainda o tempo em que, não muito longe do galinheiro e da coelheira, havia uma pocilga sem grande expressão - uma pocilga doméstica. A espécie que lá vivia não era esquisita. Comia tudo o que lhe fosse colocado à frente.

Assim estamos nós! Parece que alguém abriu arca e soltou a besta que nos habita... e a Babel pouco mais é do que um perímetro doméstico, repleto de ruínas... 

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