28.7.15

A pasteleira

Agora que a palmeira feneceu, recordo a pasteleira do pai do meu amigo de infância - uma enorme bicicleta cuja função era transportar as caixas de petinga, carapau, chicharro, sardinha e outros peixes de maior porte e mais carotes... Não me lembro de alguma vez ter falado com o peixeiro, apesar de ser colega de escola do filho, e de termos, por mais de uma vez, organizado umas corridas de bicicleta que davam connosco debaixo de uma figueira: calças rotas e joelhos destroçados. Uma história que, inevitavelmente, acabava mal para ambos - a correria começava sempre sob o olhar da indiferente palmeira...
O mais estranho nesta memória é que relembro o caminho, a palmeira e a pasteleira, sem esquecer a figueira, mas perdi o rasto ao meu amigo de infância. Desde que conclui a "primária", nunca mais o voltei a ver. 
E o mais grave é que esta situação de perder os amigos se vem repetindo desde que a aldeia foi ficando para trás... 
Talvez seja por isso que os amigos se tornaram em "conhecidos" e, ultimamente, em "desconhecidos", ao contrário da palmeira, da pasteleira...

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