21.4.15

Em abril, das mil águas, nem um pingo de vergonha!

Das mil águas, abril não dá conta, dir-se-ia mês de mil nuvens esbranquiçadas... 
O povo lá segue aparvalhado, incapaz de punir quem ordena, preferindo ser carrasco de mulheres e crianças...
Uma parte ainda continua a entoar hossanas a abril, à espera que este lhe traga «a paz, o pão, habitação, saúde, educação».
Em abril, as rosas e os cravos continuam a florescer  e a outra parte do povo, a fenecer. Se, pelo menos, abril cumprisse as mil águas, talvez quem ordena fosse na enxurrada, e o povo deixasse de ser carrasco de mulheres e crianças...

No abril que corre, para além das estéreis nuvens esbranquiçadas, quem ordena já abriu as comportas da propaganda de tal modo que o povo segue aparvalhado, incapaz de punir quem ordena, preferindo ser carrasco de mulheres e crianças, sem esquecer os náufragos da terra e do mar das partes do médio oriente e de áfrica...

Quem ordena bem sabe que a culpa é dos trabalhadores, dos que não têm trabalho, dos que não têm terra!...
Como disse hoje um distinto sindicalista, a culpa é do povo que não compreende a ação dos sindicatos; a culpa é dos trabalhadores que não se sindicalizam...
Em abril, das mil águas, nem um pingo de vergonha! Só a rosa, só o cravo!

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