10.5.14

A europa barbuda

( Anda por aí uma conchita, neutra, mas com barba... austríaca. Pobre Freud! Será que chegaremos a 25 de Maio? E para quê?)

Digressão pessoal
Desde que a penugem me começou a atormentar que a deixei seguir o seu caminho. Várias foram as vezes que tentei ver-me livre dela, mas as infeções aconselharam-me a desistir de a domar. 
Não sendo oficialmente árabe nem judeu, não encontrava na família qualquer barbudo que pudesse imitar. Chegado, em 1979, ao quartel das Caldas da Rainha, ainda temi que o regimento me impusesse o corte diário. Mas não! Tiraram-me a habitual foto de cadastrado sem qualquer interdito. Depois, promovido a tradutor, nenhum general se preocupou com a minha apresentação...
Talvez por isso me tenham colocado no Centro de Transmissões, em Murfacém, localidade da freguesia da Trafaria, onde ainda haverá vestígios da presença muçulmana, designadamente cisternas... Lá traduzi, durante 12 meses, o que havia a traduzir, das 18 às 24 horas, e sobretudo, em suporte "stencil", editei um jornal diário com a transcrição da informação recolhida, via rádio, telex, escuta....Chamava-se "perbol" o dito boletim... Ou será truncagem?
Os destinatários eram distintos, mas nunca obtive feedback... Se calhar tudo não passou de uma cabala!
Prometo que ainda hei de regressar a Murfacém e lá procurarei uma cisterna árabe que, provavelmente, guardará todo o meu amor à pátria... Só espero não encontrar a conchita austríaca!

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