14.4.14

No dia em que os reis de Portugal e de Espanha trocaram princesas


O que Saramago não diz no XXIII capítulo de Memorial do Convento.
A Igreja de S. João Batista foi levantada no século XVIII (…) com a ajuda outorgada pelo rei de Portugal, D. João V, pelo casamento em Badajoz da filha Bárbara de Bragança com Fernando VI.
Saramago coloca a ação numa «casa onde se encontrarão os reis e os príncipes, a qual foi construída sobre a ponte de pedra que atravessa o rio. Tem essa casa três salas, uma de cada lado para os soberanos de cada país, outra central para as entregas, toma lá Bárbara, dá cá Mariana (…) do nosso lado são tudo tapeçarias e cortinados de damasco carmesim com sanefas de brocado de ouro, e igualmente a metade da sala do meio nos pertence, e no tocante a Castela os adornos são tiras de brocado branco e verde, tendo ao meio um grosso ramo de ouro donde aquelas saem, e ao centro da sala de encontro há uma grande mesa com sete cadeiras do lado de Portugal e seis do lado de Espanha, todas forradas de tissu de ouro as nossas, e de prata as deles»
Se os portugueses tivessem atravessado o rio teriam compreendido que o rei de Portugal não admitia ficar para trás. A igreja de S. João Batista, não muito longe da Catedral de Badajoz, é prova de como D. João V era magnânimo, piedoso e despesista.

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