17.1.14

O ministro da Saúde e a assistência clínica

"Estamos a receber no Serviço Nacional de Saúde (SNS) muitas pessoas de lares", adiantou, indicando que, "nas urgências, o que se nota é um perfil de pessoas mais idosas". Assim, na opinião do ministro da Saúde, importa "verificar se as pessoas nos lares estão a ter toda a assistência clínica, quer ao nível de enfermagem, quer em termos médicos", prevista na lei.

Para o ministro da Saúde, o SNS é vítima da incúria dos doentes e, no caso dos idosos, da falta de assistência clínica nos Lares. Que bom seria se o Inverno não nos batesse à porta! Que bom seria se não envelhecêssemos!
Há, todavia, muitos idosos sem condições financeiras para poderem recorrer a um Lar e que estão à mercê dos humores de familiares ou, até, que vivem sozinhos e que só chegam às urgências em situação-limite.

Bom seria que o ministro da Saúde passasse, pelo menos, 24 horas nas Urgências de modo a observar o calvário a que o utente é submetido - da triagem à consulta, da consulta ao diagnóstico clínico, do diagnóstico ao SO, do SO ao internamento, do internamento ao tratamento, e do tratamento à "alta" porque a lista de espera é infinita...

O ministro da Saúde despede para mais tarde contratar. O ministro da Saúde encerra para depois reabrir ou alargar o horário. O ministro da Saúde é o "rei" da poupança para depois se queixar. O ministro da Saúde promove a precariedade e os baixos salários. O ministro da Saúde empurra médicos e enfermeiros para a emigração...

Por isso, o utente quando observa o funcionamento do SNS acaba por não encontrar nem médicos nem enfermeiros. Só administrativos e seguranças! E percebe-se porquê!

Para o ministro da Saúde, como para o Governo de que faz parte, austeridade rima com morte...

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