30.8.13

Leitura obrigatória

Se a leitura da Bíblia*, d'Os Lusíadas, d' Os Maias e até do Memorial do Convento, ainda, é vista como constituinte da identidade portuguesa, não entendo por que motivo a leitura da Constituição da República não é obrigatória, sendo ela o garante da nossa soberania.
Se tal tivesse acontecido nos últimos anos, não teríamos de ouvir um primeiro-ministro afirmar que vai estudar o acórdão do Tribunal Constitucional. Antes do acórdão deveria ter estudado a Constituição!
Penso mesmo que o estudo da Constituição deveria ser um pré-requisito para o exercício da atividade política e que todos os políticos deveriam jurar cumprir o Tratado constitucional enquanto não chegassem a entendimento sobre a revisão dos aspetos que, por força das circunstâncias,  estejam em desacordo com a realidade.  
Sei, todavia, que este objetivo é difícil de cumprir. Basta pensar na quantidade de catecismos e de sebentas que estão disponíveis para os preguiçosos e apressados, sem falar nos explicadores que, agora, já dão explicações nas universidades de verão.
 
Esta reorganização das nossas leituras implicaria, por um lado, que a Constituição da República passasse a integrar o Plano Nacional de Leitura, e, por outro lado, que a TROIKA soubesse, de antemão, que, em Portugal, nos regemos pela Lei.
 
* Neste caso, estou a forçar a nota. Na verdade, só o catecismo é memorizado por cerca de 50% da população portuguesa. Das restantes obras, as sebentas selecionam alguns episódios.

1 comentário:

  1. Parece que o título "Catecismos, sebentas e explicadores" já não atrai ninguém! Adaptando-me, assim, às regras do marketing vou alterá-lo e abreviá-lo: "Leitura obrigatória". Bem sei que já vou um pouco tarde... e que corro o risco de ser lido à letra!

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