20.8.13

A verdade do papiro e da pedra

Creio que  se pode viver sem ler! Na verdade, durante muito tempo, o mundo singrou sem manuscritos. Não havia necessidade de registar ou de procurar a verdade em qualquer pedra ou códice, porque, simplesmente, ela não existia.
A verdade foi uma invenção de faraós avarentos e megalómanos que aproveitaram o papiro que o Nilo lhes ofertava. Diga-se, para que não se desvirtue o curso da história, que o povo hebraico, não querendo ficar para trás, enviou o pobre Moisés ao cimo do Sinai registar a lei (verdade) de Jeová nas tábuas de pedra que a montanha lhe ofertava.
Em nome da verdade, se ceifaram muitas vidas, de tal modo que foi necessário registar e justificar a sua eliminação.
E como funcionamos em circuito fechado, alguns homens consagraram o seu tempo aos Livros de Horas, orando pelas vítimas dos faraós avarentos e sequiosos de glória e de eternidade...
E assim continuamos, aqui como na Síria, na Líbia, no Iraque, no México, na Colômbia, no Congo ou no Egito! Tudo em nome de uma verdade que nenhum Livro consegue legitimar..
Com uma pequeníssima diferença: voltámos a viver e a morrer sem precisar de ler!

E porque a leitura, que a muitos importa, já não se ocupa da maçadora e punitiva verdade, mas, sim, da fantasia - esse lugar situado entre a verdade e a mentira - CARUMA está pronta a libertar-se das hiperligações que desprezam a leitura... e a escrita. CARUMA passa a ser um lugar de passagem ou, se se preferir um lugar de errância... 
 

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