2.5.13

Para me contrariar

Ciente de que a burrice me consome o tempo que me resta, insisto, todavia, em explicar que não há conteúdo sem continente, que não há compreensão sem expressão, que a imaginação verbal pode ajudar a diminuir a cerração...
De momento esta explicação, devidamente exemplificada - a bolsa, o baú, o copo, a ânfora, a mochila, o contentor, a jarra, a mala, o táxi, o avião,  o país, a urna,  a europa, a ásia... - interessa a muito pouca gente.
Talvez porque, para me contrariar, uma boa parte da humanidade também insista em explicar-me que não tem conteúdo, e assim, vai ocupando o tempo que lhe sobra a bater com a cabeça na parede em frente até que o coma advenha ou, em alternativa, a pisar a cabeça de todos os que se vão pondo a jeito. 

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