5.4.13

Enfim, tudo passa...

«Porque, enfim, tudo passa;
Não sabe o Tempo ter firmeza em nada;
E nossa vida escassa
Foge tão apressada
Que quando se começa é acabada.»
Luís de Camões, excerto de Ode IX

Depois de um Camões "alegre", chegou a vez da "liberdade em Camões". Tudo à maneira romântica! Sem tempo nem paciência para ler a obra, respiga-se meia dúzia de versos e solta-se a voz...
No que à liberdade respeita, para além de enaltecer a competência real de assegurar a «nossa liberdade», a liberdade pátria, o Poeta vassalo é parco em referências à liberdade, pois a sua condição surge permanentemente determinada  pela (má) Fortuna  e pelo Amor. Sem falar nos erros...
Por vezes, atreve-se a falar do alvedrio, do livre arbítrio, mas não lho deram. E sobretudo, na sua poesia, as esperanças transformam-se repetidamente em desenganos e em mágoas.
A vida é de mudança e de dor, e mesmos essas sujeitas ao inexorável Tempo!  
 
Que não se queira ou possa ler, entende-se! Que se deturpe, magoa...
 

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