16.1.13

O riso e a ação direta

Nestes dias, já não sei se hei de rir ou de chorar! Falar deles começa a tornar-se uma maçada. Uma ENORME maçada!
Pelo que observo nas redes sociais, a maioria prefere rir. No entanto, vale a pena refletir sobre os efeitos do RISO.
Dizia Antero de Quental, em carta de 1879, ao amigo Guilherme de Azevedo:
O riso amolece, relaxa e acaba por tornar imbecis aqueles mesmos que o empregam contra a imbecilidade alheia. É uma arma perigosa, de dois gumes, uma arma má.
A ética anteriana impunha-lhe a condenação do riso, até porque o mal-estar psicológico minou-o desde muito jovem, tornando-o indeciso e, sobretudo, criando nele uma culpabilidade verdadeiramente inibidora da ação. (Na realidade, só o elevado sentido de humor de Eça foi capaz de nos convencer da santidade do suicida açoriano!) 
Eça ria ou, no mínimo, troçava de uma nação inteira, e a sua leitura ensina-nos a rir da imbecilidade do outro.
Hoje, começo acreditar que o riso nos está envenenar a alma e a inibir-nos a ação. A ação direta!

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