20.10.08

In(significantes) delitos...

Passei, hoje, pela nova FNAC do Centro Comercial Vasco da Gama e pude, mais uma vez, confirmar como o mercado editorial se mantém refém de êxitos efémeros e enganadores. Apesar de tudo, pela amostra, parece-me que o catálogo de autores portugueses é mais rico, por exemplo, que o da Bertrand, que, entretanto, mudou de piso. Veja-se o caso de José Cardoso Pires. A Bertrand oferece 2 ou 3 títulos enquanto que a FNAC oferece 6 ou 7. De qualquer modo, nem uma nem outra disponibilizam a peça de teatro "Corpo-delito na Sala de Espelhos", apesar de a Câmara Municipal de Lisboa convidar os alunos do Secundário a ler e a representar aquele texto dramático, datado de 1980, e já levado à cena pelo Teatro Aberto, em 1979.

Embora o assunto mereça um tratamento mais aprofundado, confesso que não compreendo o motivo que leva o Ministério da Educação a considerar como leitura obrigatória "Felizmente Há Luar", de Sttau Monteiro, cujo argumento remete para um tempo longínquo, deitando fora  a oportunidade de colocar o aluno como espectador (participante) de uma História bem mais recente, dramatizada por José Cardoso Pires, ao escrever "Corpo-delito...", a história da tortura interrompida pelo 25 de Abril de 1974, e posterior branqueamento dos cerca de 100.000 agentes e colaboradores do Estado Novo.

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