24.8.07

A lei...

A lei de Deus (do soberano, do príncipe) é despótica, mas há quem diga que é amor!

A norma é dor! não quer saber do amor.

Ultimamente, perdemos a noção da diferença: a norma vestiu a pele da lei. Novas leis convidam-nos diariamente a engrossar o campo da delinquência. A lei gera o espectro da ilegalidade, aumenta a desigualdade.

E sob o rosto do legislador, espreita o amor do soberano que nos esconde que «é mais prudente reconhecer que a lei é feita para alguns e se aplica a outros (…); que nos tribunais não é a sociedade inteira que julga um dos seus membros, mas uma categoria social encarregada da ordem sanciona outra fadada à desordem.» Michel Foucault, Vigiar e Punir, 1977

E por outro lado, tal como Foucault receava, os juízes demitem-se cada vez mais de julgar, e a comunicação social (?) não hesita em apropriar-se do espectáculo da investigação, vulgarizando-a até que a prova se dilua no cepticismo dos espectadores…

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