7.6.07

Desafio falhado, desafio orquestrado...

Por isso escrevo em meio /Do que não está ao pé,/Livre do meu enleio/ Sério do que não é. Sentir? Sinta quem lê!Fernando PessoaO menino guerrilheiro (?)
de
DIANE ARBUS

É mais fácil copiar, dizer mal, rir... do que procurar!


Como é que as granadas caíram nas mãos deste audacioso menino?
Para onde é que ele está a olhar? Para nós?
Ou vítima do fotógrafo, limita-se a posar para a objectiva manipuladora do real?
De que modo é que a mediação nos controla os sentidos e nos sabota a razão?
Quem é que está no meio? O menino? O fotógrafo? E nós, onde é que nos encontramos?

1 comentário:

  1. Confesso, não procurei.
    Sou mais dado a descobrir do que a procurar, mais dado ao prazer de ler do que ao desafio de buscar.
    E o que agora aqui se lê deixa antever o vazio, a extensão do nada com árvores e pessoas salpicadas. Raízes sustentando troncos, esguios os troncos como as pernas de um miúdo sem raízes.
    E, contudo, há pela mão uma criança, ao fundo, a meio caminho de um afecto. A meio caminho de uma granada. A mão será a mesma, por enquanto.
    Aqui mais perto, mais do que uma morte suspensa e uma alça caída, o rosto inclinado de um olhar, grande, suspenso, também.
    Preso ao nosso, olhos nos olhos, num clic, para todo o sempre, com(o) uma pedra por atirar, não vá falhar a cavilha...

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