6.4.07

Ao Sul...



Armação de Pêra, 5 de Abril de 2007Fugi da Sombra para o Sol do Sul.
Nestes últimos dias, viajei para o antes do presente (AP). E estive quase simultaneamente em Lapedo (Leiria) e em Silves.
Em primeiro lugar, o escritor João Aguiar obrigou-me a regressar a 1998: tempo, para mim, de mudança – de Mem Martins (Sintra) para a Portela (de Loures / Lisboa) e ainda da Escola Secundária de Santa Maria para a Escola Secundária de Camões; tempo de uma vizinha e orgulhosa EXPO; tempo de (re)iniciação à doença e à morte; tempo, talvez por isso, de ignorância da descoberta das ossadas de uma criança que morreu há 25 000 anos, com a idade de quatro anos e meio – “o menino do Lapedo”.
Essa descoberta, reportada /“ficcionada” por João Aguiar na obra LAPEDO, Uma Criança no Vale (ASA, 2006), parece obrigar à revisão da teoria Out of Africa – o modelo da Origem Africana Recente – que gerara a perniciosa ideia de que a humanidade assentaria na acção do «exterminador implacável», cuja acção primordial teria consistido no genocídio do Homem de Neandertal, na medida em que o Homo sapiens e o Neandertal seriam espécies tão diferentes que a inter-reprodução seria biologicamente impossível.
A investigação pluridisciplinar em torno d “O menino do Lapedo” coloca-nos perante a hipótese da miscigenação entre “arcaico” e “moderno”, Neandertal e Sapiens, destruindo, desse modo, a concepção dominante do homem, em grande parte do século XX.
A obra de João Aguiar, pelo diálogo que estabelece com arqueólogos, antropólogos, físicos, mitólogos, etc., merece ser lida atentamente porque, para leigos, como eu, revela-se uma preciosa fonte de conhecimento.
Em segundo lugar, também voltei a Silves, esse lugar onde o antes do presente (AP) árabe me é mais visível.
As obras de reconstituição do legado árabe continuam no Castelo de Silves, não sei há quantos anos. Torna-se claro que ali existiu uma urbe muito bem organizada, mas, por enquanto, apenas isso…
Na parte restaurada pelo PÓLIS, surgiu, entretanto, uma fonte-jardim em homenagem a IBN Qasi, o governante muçulmano de Silves, com quem D. Afonso Henriques terá «estabelecido uma aliança, estratégica mas possivelmente também espiritual» para proteger os mouros que ficavam sob o seu domínio»…
O interessante é que li estas palavras de João Aguiar, algumas horas depois de ter (re)visitado SILVES.
Em síntese: a ideia da miscigenação está inscrita nos ossos e nas pedras da IBÉRIA! Mas também de todas as partes, ao SUL, por onde ousámos VIAJAR…

Nota de rodapé: No decurso desta viagem ao SUL, CARUMA não deixou de prestar atenção ao Presente. E pelo que tem lido e conhece dos AROUCAS deste país, recomenda ao Engenheiro Sócrates que continue obstinado e não deixe de tomar a cicuta que se impõe nestas circunstâncias. Por muito menos, outros deixaram o poder, esconderam-se num qualquer conselho de administração e o país, como é seu timbre, esqueceu-os.
O PS ainda tem no seu seio um ou outro dirigente capaz de formar um Governo, cuja única regra de governação seja a honestidade.
CARUMA espera, agora, que CAVACO se revele PRESIDENTE. Para isso foi eleito.E não precisa de fazer barulho!
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A reles vaidade mata-nos a cada dia que passa!

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