17.3.07

O charme descarado dos oligarcas...

Ao passar, hoje, em frente do Hotel Tivoli (Lisboa) tive uma estranha sensação: os mortos das guerras de libertação serviram, apenas, para nutrir os mandarins e os querubins que, despudoradamente, vão vivendo faustosos dias.
Quando minutos mais tarde, revi O Charme Discreto da Burguesia (1972), de Luis Buñuel, lembrei-me novamente dos figurões da Avenida da Liberdade, ao ver a mala diplomática do embaixador de Miranda que transportava 15 kilos de cocaína.
Miranda, república democrática da América Latina, inventada por Buñuel, obrigou-me a pensar noutras repúblicas democráticas, onde o petróleo, os diamantes, as drogas... engordam uma casta predadora que vem fazendo tábua rasa dos princípios que nortearam as guerras de libertação.
Dessas guerras sobra, hoje, o charme descarado dos oligarcas.

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