14.7.06

O problema

No conjunto, os resultados dos exames do secundário não são "nem excepcionais nem muito preocupantes". Glória Ramalho, Presidente do Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE)
Um novo problema deu à costa: uma boa parte dos alunos não consegue concluir o ensino secundário na 1ª fase e muitos daqueles que o conseguiram não obtiveram os 9,5 necessários para aceder ao ensino superior. No entanto, se para a bem-aventurada Glória Ramalho esta situação não é 'muito preocupante", qual é a origem do problema?
Uma das respostas encontra-se no Ministério do Ensino Superior: O que é que as Universidades públicas e privadas, os Politécnicos, as Escolas Superiores de Educação, os Institutos vão fazer no próximo ano? Fecham as portas, engrossando as prateleiras dos supranumerários?
Inaceitável. A coragem escasseia.
Por isso, já abriu a caça às respostas (bruxas). A óbvia seria o professor. Mas teme-se, no contexto actual, que esse argumento esteja fragilizado. Por conseguinte, ensaiam-se novas respostas: a novidade e a extensão dos programas, os erros científicos e pedagógicos dos manuais, as incorrecções das provas de exame, a arbitrariedade (indisposição?) dos correctores, a falta de aplicação dos alunos...
Em muito pouco tempo, criou-se, na comunicação social, um cenário que potencia a ocultação da incompetência dos ministros, dos secretários de estado, dos assessores, dos directores gerais, dos autores dos programas, dos auditores científicos e pedagógicos, do GAVE, de uma horda de avençados... Perante o problema, o que pensaram todas estas luminárias?
A título excepcional (ou talvez não!), os alunos poderão repetir os exames na 2ª fase e candidatar-se ao ensino superior na primeira época. Como aqueles pretensos atletas que se infiltram na corrida, enganando os juízes de prova...
E porquê? Para não perturbar minimamente os maiores responsáveis pelo fracasso do país e que imperturbavelmente circulam dos corredores das academias para os corredores dos ministérios. Bípedes inteligentes, frequentemente, nem precisam de circular. Jazem, um membro na academia, outro no ministério.

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