28.2.18

Inquérito nacional sobre condições de vida e trabalho na educação

O inquérito, da responsabilidade de uma equipa de cinco investigadores, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH/UNL), do Instituto Superior Técnico, e de duas universidades brasileiras... Inquérito aos docentes
Não sei se esta informação está correta, pois inicialmente pensei que a ideia seria da FENPROF... De qualquer modo, o inquérito chegou às minhas mãos através desta última estrutura...
Já respondi ao longo questionário, em formato impróprio para míopes e outras degenerescências oculares próprias da profissão e da idade.
Devolvido o questionário e tendo aceite as condições em que foi apresentado, não posso deixar de pensar que a idade já me deveria ter precavido para certo tipo de inquéritos, sobretudo quando nos solicitam a identidade e nº de BI ou de CC.
Em termos gerais, as perguntas são repetitivas, convidando a respostas óbvias, servindo apenas para legitimar hipóteses tomadas como certezas a priori.
(Todos sabemos como os cientistas sociais utilizam o inquérito para legitimar certos preconceitos, tornando-os em verdades inabaláveis ao serviço de interesses ocultos.)
Até aqui, apesar de tudo, nada de novo... a não ser quando as perguntas foram dirigidas ao modo como o CONSUMO DE ÁLCOOL, DE DROGAS E DE MEDICAMENTOS  AFETA O TRABALHO E A VIDA PESSOAL de cada inquirido...
Da próxima vez, antes de começar a responder, prometo ler o inquérito e depois rasgá-lo.

27.2.18

A situação dos jovens em Portugal

'O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, afirmou hoje que a situação dos jovens em Portugal melhorou em termos de emprego, educação e inclusão social.'

O ministro diz que a situação dos jovens está a melhorar... e eu concordo se ele explicar a que jovens é que se está a referir...
Infelizmente, o que eu observo é bem diferente: a inclusão social dos jovens, a existir, resulta da ação casuística de umas tantas associações e não de um plano nacional ou, então, do amiguismo e do clientelismo; o estado da educação é deplorável, com acentuado crescimento da iliteracia e da incivilidade; as taxas de empregabilidade são manipuladas,  os jovens condenados à emigração, à delinquência e à depressão...
Há dias em que Vieira da Silva faria melhor em remeter-se ao silêncio ou em deixar o lugar a um desses jovens que, apesar de doutorados, não sabem como e onde aplicar os seus conhecimentos...

26.2.18

A engenharia bélica

Já não necessito de imagens nem de representações.
A engenharia bélica tornou-se tão irresponsável que já não há forma de lhe pôr termo. Sobretudo, porque quem a manuseia, a vê como um ato lúdico.

25.2.18

Dúvida sobre a limpeza dos terrenos

Até 15 de março, a limpeza dos terrenos é obrigatória para todos os terrenos ou, apenas, para os que estão próximos de localidades, vias públicas, cabos de alta tensão...?
Por mais que procure, não encontro qualquer resposta objetiva. 
Os governantes saem a terreiro, mas não clarificam... ameaçam, provavelmente sem perceberem que se limparmos os terrenos em março, em maio será necessário repetir a operação.
Anunciam-se, assim, três grandes negócios: o das coimas, o das limpezas e o da justiça. Para os consolidar, nada melhor do que a ambiguidade...

24.2.18

Que ponte?

Será que interessa saber qual é a ponte?
A ponte de cada um tanto pode ser física como imaginária. O que interessa é que qualquer uma delas nos pode fazer sair de nós próprios nem que seja para observar as aves ou ver florir os arbustos. O que interessa é que a água não falte...
Para quê uma ponte sem rio?

É só atravessar a ponte...

É só atravessar a ponte, no meu caso, e depois de sair da autoestrada, virar à esquerda e seguir por uns tantos quilómetros - quantos não interessa! O que interessa é o que somos capazes de ver, mesmo que o sol baixo nos torne a visão baça...
E quando olhamos só ouvimos o carpir dos automóveis e o esvoaçar das aves, agastadas porque as fomos incomodar...
A sorte das aves é que os forasteiros são poucos!
A minha sorte é que as aves, ainda, são muitas! 

23.2.18

O aforismo

Frequentemente, o aforismo é sinónimo de refrão, provérbio, axioma, máxima, adágio... É um dito expresso em tom de sentença...

Como tal, o aforismo deve ser abordado como hipotexto no âmbito da intertextualidade.
Numa certa tradição, o aforismo é, no entanto, elitista, com explicitação da autoria, demarcando-se da cultura popular, considerada ingénua e falha de evidência científica...
Há todavia autores, como José Saramago, mestres no recurso à intertextualidade ( nos registos de hipertexto e de hipotexto) que sabem valorizar a cultura popular. Leia-se O Ano da Morte de Ricardo Reis, a título de exemplo: 

- Costuma dizer-se que o sol é de pouca dura...
- Quando uma ideia puxou outra, dizemos que houve associação delas...
- Sobre a nudez forte da verdade o manto diáfano da fantasia (...) sobre a nudez forte da fantasia o manto diáfano da verdade ... se as sentenças viradas do avesso passarem a ser leis, que mundo faremos com elas....
- Quem viver verá...
- Estás com pressa, viesses mais cedo...
- Dá-nos o ofício o pão, é verdade, porém não virá daí a fama...
- Que serás quando fores de noite e ao fim da estrada (?)
- Por estas e por outras é que quem não tem Deus procura deuses, quem deuses abandonou a Deus inventa...
- Todos tivemos pai e mãe, mas somos filhos do acaso e da necessidade...

E por aqui me fico...