31.12.17

Lá tão atrás!

De concreto, o bezerro...
o efémero,
o fogo-fátuo,
uma mesa no casino,
o ar mortiço,
o champanhe reles,
a inveja,
o ciúme,
a delação...
De concreto, o bezerro sobre uma mesa no casino,
o olhar mortiço de um vison...
Das Tábuas nem a sombra...
De concreto, nem o Deus da Vingança...
Fugiu do Sinai...
De concreto,  o bezerro é um artefacto
E eu caminho entre Moisés, Miguel Ângelo e Freud...
Lá tão atrás!

30.12.17

Quebrar o espelho

‘Só vale a pena escrever se a pessoa conseguir agarrar alguma coisa de concreto. Porque opiniões há muitas, cada pessoa tem a sua. O que é importante para uma pessoa que escreve é agarrar alguma coisa de concreto’. António José Saraiva (31.12.1917-17.03.1993)

Doravante, vou deixar-me de opiniões.
Provavelmente, terei de cessar de escreviver... o que significa quebrar o espelho, evitar o enguiço.

Que 2018 nos seja favorável!

Como, amanhã, não tenciono ir a Lisboa despedir-me de 2017, deixo aqui uma foto tirada hoje.
E que 2018 nos seja favorável e incomode os muitos coelhos que ainda estão por saltar das cartolas...

29.12.17

Projeto de reabilitação da Escola Secundária de Camões

«A conclusão de todas as fases de elaboração do projeto, nomeadamente a entrega do projeto de execução, está prevista para o final de fevereiro de 2018. Esta data pressupõe que a emissão de todos os pareceres obrigatórios das diversas entidades responsáveis ocorra em sentido favorável e até essa data, não obrigando a quaisquer outras alterações aos projetos.
Sendo o mesmo validado e verificado o cumprimento das normas legais e regulamentares aplicáveis, é expectável que o lançamento do procedimento de contratação da empreitada, através de um concurso público internacional, possa ocorrer posteriormente à validação do projeto, previsivelmente no mês de março de 2018.
O prazo previsto para a conclusão deste procedimento, com a adjudicação da proposta vencedora, a assinatura do contrato (incluindo a entrega de toda a documentação legalmente exigível, bem como da prestação de caução obrigatória) e a emissão de visto prévio do Tribunal de Contas, são seis meses, caso não ocorram quaisquer percalços processuais, como sejam impugnações judiciais

Inês Ramires
Chefe do Gabinete / Head of Office

GABINETE DO MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Cabinet of the Minister of Education

Para a Escola Secundária de Camões, votos de um pouco mais de paciência e de juizinho em 2018!
Caso contrário...

28.12.17

Os lepismas resolvem...

Em vez das águas profundas a que ontem me condenei, mergulhei em resmas de papel envelhecido e cheio de lepismas...
Muita dessa documentação já mudara de lugar há 19 anos sempre na expectativa de que chegaria o dia em que alguns registos poderiam ser  aproveitados...
(O tempo esgota-se. Absurdo. Quem se esgota sou eu. Que iria fazer com tal arquivo infestado?)
Anos de fervor académico são agora deitados para o caixote do lixo com a sensação de que nada se perde, pois já ninguém se interessa por tais assuntos, por tais pastas... 
O problema é que sempre que começo, acabo por interromper... e os lepismas não perdem a oportunidade de se multiplicar... Até ao final de 2017, prometo que vou deitar para o lixo tudo o que me surgir pela frente.
Que Nossa Senhora do Monte vos acuda!

27.12.17

Já não discordo de nada

Isso era de manhã. Discordava do esbanjamento do município lisboeta.
Agora, ao entardecer, já não de discordo de nada.
Pois se a malta quer é festa e enfiar o barrete - na versão revivalista, a cartola - para que é que me estou a incomodar?
Vou mas é sair e dar uns abraços à esquerda e à direita, e depois tomo um banho de águas profundas e fico por lá... e já não sei se regresso. 

Discordo

O município de Lisboa vai gastar este ano 650 mil euros apenas com os festejos de passagem de ano - concentrados na Praça do Comércio. A informação foi avançada ontem ao i pela Empresa Municipal de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), que assinala que está, pela primeira vez, a organizar o evento. Desse montante, 57 mil são para a compra de cartolas pretas e vermelhas que serão distribuídas aos lisboetas. Cartolas


O município deveria ter outras preocupações.
Se alguém quer vender cartolas que não se sirva dos dinheiros dos munícipes...
A verdade é que eu não sou lisboeta, mas temo que os restantes municípios sigam esta má aplicação dos impostas, das taxas, taxinhas...
Nem à cartolada lá vamos!