8.9.17

Cogumelos

Oportunistas, estes cogumelos!
Tudo lhes serve. Surgem sorrateiramente, instalam-se e crescem, deslumbrados. 
Engordam, indiferentes a quem os abriga. E depois não há quem lhes sobreviva.

Eu até lhes descubro algum encanto, mas é de curta duração, pois odeio parasitas...

Setembro parece ser um dos meses em que eles proliferam. Não há placard nem ecrã que lhes escape...

7.9.17

Por um instante

Há vários indicadores de que a humanidade caminha para a catástrofe: as ameaças de ataque nuclear; a corrida ao armamento cada vez mais letal; as alterações climáticas; a aposta das empresas na robótica e na desvalorização do trabalho humano; a  eleição de governantes oportunistas e malfeitores; o aumento do emprego e da precariedade; a falência de todo o tipo de valores; o radicalismo religioso; o culto extremo do corpo e, sobretudo, da imagem... a iliteracia galopante...
Os sinais do descalabro são mostrados a toda a hora, mas nem por isso nos incomodamos. Ou se tal acontece, é por pouco tempo...
Vi, hoje, numa televisão, o Presidente da República Francesa a dirigir-se aos habitantes do Ultramar francês, avisando-os da catástrofe que se iria abater sobre eles e, por instantes, pensei: - mas. afinal, todos sabemos o que andamos a preparar e pouco ou nada fazemos para contrariar os indicadores que nos condenam ao extermínio...
E depois há aqueles que se esforçam por remar contra a enxurrada e que todos os dias são enxovalhados....

6.9.17

Os CEO não desistem!

John Cryan, CEO do Deutsche Bank, pediu aos seus congéneres que abracem o “espírito revolucionário da tecnologia”. E alertou para que os empregados que “trabalham como robôs” serão substituídos por eles.Não queira ser robot!

“A verdade é que não precisamos de tantas pessoas”, disse Cryan. “Nos nossos bancos temos pessoas que se portam como robôs, com tarefas mecânicas. Amanhã teremos robôs que se comportam como pessoas”.

Lá voltamos ao perfil humano. Desta vez, estou curioso. 
Eles não desistem, com ou sem Hitler. O nazismo continua à solta. E chamam-lhe "espírito revolucionário"! 
Por mim, em vez de começar o processo de substituição pela base, começava pelo topo, pelos CEO...

5.9.17

Azenha(s) do Mar

Azenha do Mar

Azenhas do Mar
Dois lugares com mar, mas sem azenha...
Duas imagens que fixam o instante e obrigam a memória a zarpar..., na maioria dos casos, sem sucesso.










Tempos houve em que a memória nada evitava. Bastava que houvesse Mar e necessidade de moer o grão para que a Azenha se elevasse e desse nome ao Lugar.

Nomear não é imaginar. É apenas identificar o lugar, a coisa, a pessoa... para diferenciar, para facilitar...
.... apesar de todo o tipo de Sacerdotes que insistem no contrário...

4.9.17

E quando tal acontece

As coisas continuam nos seus lugares.
Pelo contrário, as ideias, por não ocuparem espaço conhecido, esfumam-se... Deve ter sido um problema de descuido sintático, no tempo próprio...
Por seu turno, as imagens só resistem se coisificadas... Tal singularidade obriga a que o olhar nelas se imobilize, porém não lhes consigo respirar a voz... e quando tal acontece, as próprias imagens se esfumam...
Tudo caminha para um fim que uns tantos insistem em considerar natural, desde que não seja o deles.
O problema é que, por estes dias, esse fim pode ser coletivo... 

3.9.17

Les cons

«- Ce qui est sûr, c'est que c'est les gros qui cassent les verres et que c'est les petits qui les paient.» Jean-Paul Sartre, Le sursis.

Agora que os franceses redescobriram as cidades e os campos de Portugal, talvez valesse a pena dar um pouco mais de atenção à cultura francesa. Por exemplo, à obra de Sartre por aquilo que ela nos revela da condição humana, tanto dos grandes como dos pequenos...
Na última semana, devorei a grande trapalhada que foram aqueles oito dias de setembro de 1938 ( de 23 a 30) tendo ficado com a ideia de que estamos a viver tempos muito semelhantes, embora em geografias distantes, mas com consequências ainda mais infernais...
E já agora, também tomei consciência de que na chamada literatura lusófona há muita criatividade narrativa que não passa de apropriação da técnica de escrita sartriana, designadamente na trilogia "Les chemins de la liberté"... o que poderia até ser positivo caso ainda existissem leitores de Sartre...

2.9.17

A escrivã da puridade

Rita Faden ganhou uma preponderância junto de António Costa e um poder dentro do Palácio de São Bento que causam até desconforto nos ministros. «Quando vão a Bruxelas, entra o primeiro-ministro, entra a chefe-de-gabinete e só depois entra o ministro ou o secretário de Estado. A chefe-de-gabinete

Deve ser inveja!
António Costa é um cavalheiro que respeita as Senhoras, sobretudo quando são elas que lhe preparam a agenda, lhe guardam os segredos e lhe dão conta do que vão tramando os seus "amigos de berço"...
A História ensina que, à falta de diretor espiritual, as majestades sempre viram o escrivão da puridade como "espelho-meu"... Discreto, ardiloso e sedutor...