"Não cristalize o leitor esta imagem que tem agora da nobre e lutadora Maria de Lurdes." De Negro Vestida, pág. 104.
Meu Caro João Paulo Videira, espero não cristalizar, pois o autor mostra saber criar pontas que, mais cedo ou mais tarde, se vão revelar significativas para a construção da narrativa, para o desenho da intriga de suspense. Por outro lado, o romance começa assumir um ponto de vista que nem sequer a mulher-autor costuma defender com tanta galhardia... Até ao momento, o narrador privilegia o conhecimento do feminino, bestializando o homem, deixando-o às voltas com a sua inconstância e falta de rigor...
Entretanto, como leitor sem diploma que o certifique, se tivesse que reescrever o romance como aconteceu com Eça de Queiroz, por exemplo, no caso do Crime do Padre Amaro, não sei se não eliminaria algumas considerações de ordem estilística e, sobretudo, algumas passagens que põem a nu a dificuldade em "recriar" cenas de sexo... São pequenos capítulos que me parecem desnecessários ou, pelo menos, que exigem uma subtileza estilística difícil de alcançar...
Bem sei que o erotismo é coisa antiga, exige outros sabores e perfumes, mas à medida que ia lendo, e sabendo que o autor procura um leitor, comecei a interrogar-me: - Quem é que o autor idealiza como seu leitor?
Meu caro João Paulo Videira, estarei certamente a ser injusto! Mas como o autor exige que o leitor seja autêntico, aí ficam algumas considerações que se me vão colocando neste atribulado final de 2013.
P.S. Com tanta viagem ao Hospital de S. José, dei conta que nas "rotinas" da família de Maria de Lurdes não há doença do corpo que a ataque!
P.S. Com tanta viagem ao Hospital de S. José, dei conta que nas "rotinas" da família de Maria de Lurdes não há doença do corpo que a ataque!