9.2.13

Caprichos da Pluma

Não posso deixar de admirar a tenacidade da Pluma Caprichosa ao infiltrar-se na final do Super Bowl para poder desferir um golpe certeiro no candidato - COSTA SENTADO NO BANCO. No entanto, é bom não esquecer que o artigo saiu no mesmo semanário que é dirigido pelo meio irmão COSTA e no momento em que, segundo as  benditas sondagens, o povo, incluindo o socialista, prefere o COSTA ao SEGURO!
De qualquer modo, não creio que fosse necessário recorrer ao futebol americano para definir a ação do florentino COSTA. Basta pensar num espremer de azeitona, em que os  RAPAZES, desagradados com a saloiada dos RAPAZOLAS de SEGURO, decidiram espremer o líder para lhe avaliar a consistência.
E como sempre, nestas guerras de rapazes e rapazolas, quem está no BANCO é o MAIORAL que os vai atiçando até que deles nem o caroço se aproveite, excepto para um algum coelho que ande por perto.
 
PS. Recomendo à Clara Ferreira Alves que, após sumária análise etimológica do termo "caprichos", se  liberte deles antes que algum humorista mais atento se aproveite...

7.2.13

Dos neurónios à pedra...

«E escrever é sempre para mim causa de esforço.» Antero de Quental, Carta a Joaquim de Araújo (1886)
É impossível aceitar que a escrita seja expressão IMEDIATA da razão ou da sensação, mesmo nos casos em que os escritores se dizem "inspirados".
Dos neurónios à pedra vai um tempo de composição que determina o sentido da expressão. E por isso o escritor sente que, ao escolher as palavras, a única verdade está no prazer de compor um novo objeto que se autonomize do criador.
Só o medo do fracasso criativo gera o adiamento da ação... e, no meu entender, há que fazer um esforço para não cair em artificiosos biografismos que ofendem a inteligência dos biografados.
 

5.2.13

Aquela madrugada

Quando o sentido se dilui e a luz  se torna difusa, sinto o alastrar da hesitação e o eco quebrado da palavra. Deixo de confiar na vontade e passo a vigiar as sílabas, forçando-as a um regresso inusitado.
E de súbito, apercebo-me que no pronome demonstrativo AQUELA mora  o pronome pessoal ELA e, deslocando-me verticalmente, encontro-a a ELA -  três vezes repetida: duas, só, e outra sozinha - testemunha única : ELA (SÓ) VIU... e não posso deixar de pensar no que ELA, privilegiada, terá visto naquela madrugada que não é de Abril...
Aquela madrugada é muito mais antiga, vem do tempo das Albas, provençais ou não... Se triste e leda, pouco importa! O que realmente interessa é que NAQUELA mora ELA, a privilegiada, que viu o fogo tornar-se frio  e o rio encher-se de mágoas.
 

4.2.13

Na berlinda

Nada muda!
Despertamos e o arrúido fere-nos os tímpanos. Ontem e hoje, comenta-se o currículo de Franquelim Alves ou, melhor, a alínea omissa BPN.
Do ponto de vista da sua nomeação para secretário de estado (vulgo, ajudante), quero acreditar que o critério não foi político. Não vejo qualquer vantagem na decisão, a não ser que sejamos governados por um bando de mafiosos...
Por isso penso que a justificação para a escolha deve ser procurada no círculo virtuoso dos amigos pouco habituados a ler currículos, mas que, em regra, sabem que um o currículo sólido é mau conselheiro.
Finalmente, se Franquelim Alves continua na berlinda é porque o seu currículo é pouco sólido. O resto é arruaça!
Triste povo!

3.2.13

Sem-abrigo com futuro...

«O futuro é a aurora do passado.» Teixeira de Pascoaes.
Os poetas messiânicos têm destas coisas: querem-nos fazer crer que o tempo re-ilumina o passado, sobretudo em períodos de decadência. Apesar da beleza da expressão, a ideia é perigosa.
Os mortos da Grande Guerra ou da Guerra Colonial perderam tudo, mesmo que o futuro tenha sido radioso para uns tantos.
Os cravos de Abril foram aurora, construída a partir da fome, da ignorância e da morte de um povo. 
Hoje, há quem nos prometa um país auto-sustentável à custa da ignorância, da fome e da morte de um povo. 
Há quem insista que temos futuro! Mesmo que reduzidos à condição de sem-abrigo! (Banqueiro Fernando Ulrich dixit.)    
 

A interlocução

Comunicar pressupõe um emissor e um recetor ou, por outras palavras, um locutor e um interlocutor.
Comunicar impõe, assim, uma relação de interlocução.
Pode parecer óbvio, mas, na realidade, no último teste, houve boa gente que falhou ao identificar as marcas do interlocutor.
A razão parece estar na desatenção do interlocutor que deixou de levar a sério o locutor, na situação "sala de aula"...
O insucesso não seria muito grave se o efeito não implicasse dislates na interpretação do soneto "Senhora minha, se de pura inveja..."

2.2.13

Os ajudantes

Ontem, o Presidente deu posse a mais 7 "ajudantes", dando corpo ao cavo pensamento político que vem impondo ao país e ao mundo há largos anos. E, ao contrário, de muitos outros, compreendo que não se tenha dado ao trabalho de passar cavaco ao currículo de tais servos. A eles, não lhes compete ter ideias, servem apenas como paquetes das sociedades mais ou menos lusas que nos exploram sem dó nem piedade!