19.1.18

O Último Profeta


«Se a imaginação e o mistério não estão connosco, não vale a pena escrever.» Maria Ondina Braga entrevistada por Mário Santos, Público, 9.12.1995

Foi certamente essa certeza que alimentou Fernando Pessoa ao escrever MENSAGEM!
Perante o desconchavo a que Portugal chegara, na ausência de feitos que pudesse imortalizar, Pessoa optou por imaginar um futuro que, de algum modo, fosse capaz de despertar os portugueses coevos da modorra em que jaziam.
Esqueceu a História e atirou-se ao Mito e, pelo caminho, assumiu o papel de último profeta do Quinto Império, procurando devolver a esperança e a vontade necessárias ao Sonho, sem o qual o Senhor acabaria por esquecer o povo eleito que unira o Mar, mas que não soubera preservar o Império... 
O último profeta (Screvo meu livro à beira-mágoa), mais do que a voz do Senhor, surge como seu interpelante, procurando, assim, que o último fôlego da Humanidade seja obra de Portugal - o verdadeiro herói de MENSAGEM.

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