12.1.18

Lembro-me de quase nada

A esta hora, ainda não saí da escola. Ocupo o tempo a eliminar ficheiros, designadamente de fotos sem valor... até que me surge a foto do lugar onde comecei a ler, a escrever e a contar... Observo-a mais uma vez e verifico que não me lembro do poço (da cisterna). Será que já lá se encontraria?
Lembro-me de quase nada ou, melhor, recrio o jogo do pião e a vontade de ter um pião que me custou uns tabefes valentes e a consequente devolução... a humilhação fatal que bem poderia antecipar o oráculo que me terá condenado definitivamente a este magistério. 
Lembro o austero professor, sem qualquer memória do perfil, apenas o gesto de chamar o aluno e de o castigar sem apelo nem agravo... e depois o regente porqueiro... e a jovem Mécia, urbana, em terra labrega que, pacientemente, me soube encaminhar para esta sala vazia, cercado de computadores   passivos e inúteis...
E claro, por perto, as azinheiras e as oliveiras de sempre...

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