7.11.17

"É imperioso banir da Cultura portuguesa o bluff Fernando Pessoa"

«Para a dignidade da Cultura portuguesa, é imperioso banir da literatura o bluff Fernando Pessoa e remeter o poeta ao seu real valor, que o tem e lhe basta.» Mário Saraiva, O Caso Clínico de Fernando Pessoa, pág, 164, Universitária editora

Não fosse um avô editor ter tido o cuidado de me fazer chegar às mãos tão precioso estudo, e eu teria continuado a ver em Fernando Pessoa a expressão de um mundo ávido por compreender a inquietação que o minava, depois que o Positivismo se revelara incapaz de determinar a Lei que tudo regeria... Num momento em que o Todo era definido como mais do que a soma das partes, Fernando Pessoa, num esforço titânico, desenhava caminhos que ia percorrendo, de preferência em simultâneo, embora soubesse desde início que o resultado o deixaria num estado de frustração que só uma boa dose de autodomínio lhe atenuaria a impotência. A impotência do ser.
E, assim, os caminhos criados são veredas alternativas ao desespero da humanidade. A arte como alternativa à impotência do ser... e não a expressão da impotência do homem que sofreria de hebefrenia mista...
(...)
Doravante, vejo-me obrigado a desconfiar se a leitura da obra de pessoana não será um veneno, irresponsavelmente, dado a ingerir à juventude portuguesa, contribuindo desse modo para o definitivo enterro da alma lusa...

Nota: A esquizofrenia hebefrénica é uma forma de esquizofrenia caracterizada pela presença proeminente de uma perturbação dos afetos. As ideias delirantes e as alucinações são fugazes e fragmentárias; o comportamento é irresponsável e imprevisível. Existem frequentemente maneirismos. O afeto é superficial e inapropriado. O pensamento é desorganizado; e o discurso, incoerente. Há uma tendência ao isolamento social. Geralmente, o prognóstico é desfavorável devido ao rápido desenvolvimento de sintomas "negativos", particularmente um embotamento do afeto perda da volição. (Wikipédia)

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