5.4.17

Não tenho nada a dizer

Perguntado se tinha alguma coisa a dizer sobre o rendimento e o comportamento..., respondi automaticamente: - "Não tenho nada a dizer..."
Eu próprio me surpreendi. Ao fim de 42 anos, deixei de ditar para a ata uma série de lugares-comuns que, de facto, nada acrescentam... Trata-se dum ritual revelador do imobilismo em que caímos.
O que temos tombado nas atas de pouco serve, até porque elas se tornaram depósito de burocracia confinada a meia dúzia de tópicos, em que os contactos com os pais e os encarregados de educação predominam, isto é, atos que deveriam ser matéria de outras atas...
É um pouco como nos mass media, as notícias já não registam acontecimentos, são apenas repetições e encenações decalcadas de uma matriz industrial...
E depois há essa evidência absurda, num tempo de enorme evolução tecnológica, mais não fazemos do que confirmar atos pretéritos... e assim ocupamos o tempo, com a sensação de que ele nos faz falta, mas já não sabemos para quê.
Cumprimos uma inevitabilidade improdutiva.
Para quem se arrepia com a referência às reformas estruturais, aqui fica o registo de que na Escola (Educação / Ensino / Formação) há uma reforma estrutural por fazer.

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