16.12.16

O telefonema do Hospital Central de Lisboa

Se não formos direto ao assunto, ninguém nos segue.
Pois, faça-se a vontade de quem ainda a tem ou pensa ter!
A cirurgia estava marcada para as 11 horas. A receção no hospital Curry Cabral marcada para as 10h45.
Às 10h05, o telefonema: - o Senhor ainda está em casa? Não vale a pena deslocar-se, o anestesista acaba de avisar que não pode estar presente...

No metro, o utente do SNS desespera. (Preparara-se para a intervenção, há meses considerada urgente, desmarcando todos os compromissos previstos para a semana anterior ao Natal, não ingerira qualquer alimento, sólido ou líquido, avisara os amigos... e a agora o telefonema! Ainda pensara que estivessem preocupados, não fosse ele atrasar-se. Nada disso! E de chofre, nova pergunta: - Será que é possível realizar a cirurgia no Natal ou no Ano Novo?)

Sob chuva intensa, o paciente desloca-se à Secretaria do Hospital. A explicação não muda uma vírgula: - O anestesista não apareceu. (Já na  consulta de preparação, também marcada para uma sexta-feira, o anestesista não aparecera.) A funcionária, solícita, procura encontrar nova data na agenda - um nome de outro doente é riscado... e a cirurgia fica marcada para o dia 27, uma terça-feira, dois dias depois do Natal...

(O testemunho é do "adulto responsável", cujo dever é acompanhar o doente no pós-operatório, prestando-lhe os cuidados que o SNS passou a delegar nas famílias para evitar maiores custos.)

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