29.12.16

O frenesim da passagem

«Je n'ai jamais de chance avec les hommes." Quem o diz é a protagonista de Eugénie Guinoisseau, de Grégoire Delacourt, in Les Quatre Saisons de ´L'été, 2015.

Ao homem, nas diversas idades, falta o jeito, a constância, falta o sentimento. O homem é um bruto! Se exceção houver é porque esse homem é cândido, prefere outro homem e, nesse caso, regressa a fidelidade, a paixão, a sensibilidade... e até a bestialidade, mas não com a mulher, esse ser incompreendido, que, em cada idade, exige uma dedicação exclusiva, como se o mundo apenas fizesse sentido centrado no "corpo" e na reação que possa despertar nas feras famintas...
Saciadas, as feras abandonam a presa até que a fome regresse...
Agora que o novo ano se aproxima, o frenesim da passagem mais não é do que o voto de que tudo possa recomeçar, mesmo se por um breve instante, pois o homem é bruto...
(...)
Só não percebo, por que motivo não é permitido ao homem exclamar "Je n'ai jamais de chance avec les femmes!" Provavelmente, teria de ser poeta; só assim seria compreendido, pois a sensibilidade não lhe faltaria...

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