5.7.16

O cabo de esquadra e as novas competências

Não basta ser político para se ser competente, já dizia o cabo de esquadra do Estado Novo. Segundo ele, a competência era apanágio daqueles que se julgavam eleitos por Deus.
Só os eleitos sabiam definir o rumo; aos restantes, decidida a missão, mais não restava do que cumpri-la. Se necessário, com a própria vida...
O cabo de esquadra não sabia o que era o messianismo - na expressão nacionalista, o sebastianismo -, mas sabia identificar o Eleito, e como tal, agia sempre em seu nome, o que significava, para ele, cumprir a vontade do Senhor... 
Agora que os políticos se preparam para rever as competências necessárias a um jovem obrigado a cumprir a escolaridade obrigatória, há uma questão que me atormenta: necessárias para quê?

Entretanto, o cabo de esquadra já me começou a soprar ao ouvido que não devo atormentar-me, pois os desígnios do Senhor são insondáveis. Basta que eu dê atenção ao Eleito para orientar tal missão: Guilherme de Oliveira Martins - católico, praticante; socialista, quanto baste; paladino da interculturalidade; educador realista; zeloso defensor das finanças públicas e privadas; servidor abnegado de fundações... e sobretudo, capaz de navegar em todos os contextos políticos. Competência não lhe falta!

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