29.5.16

Um país assoreado

Tejo, em ano pluvioso
Em finais de maio, num dia em que choveu por várias vezes e de forma intensa em Santarém, desloquei-me às Portas do Sol, na expectativa de ver um rio caudaloso e pujante. Infelizmente, a água alagava as margens, e o rio lá ia contornando os bancos de areia.
Se há coisa que nunca percebi é a razão por que boa parte do leito do Tejo continua assoreado.
(...)
Triste, deixei a cidade e acabei na autoestrada, de regresso a Lisboa. Só que, afinal, os bancos de areia estendiam-se, a toda velocidade, pelas faixas de rodagem, em direção a São Bento. 
Na estação de serviço de Aveiras, compreendi como é difícil ensinar as boas maneiras - amarelos ou não, ninguém respeitava a instrução - FILA ÚNICA; ninguém parecia ter aprendido que não deve passar à frente nas filas...
E eu que passei anos numa escola privada, paga pelas esmolas dos crentes, a aprender os fundamentos da cortesia, esperei pacientemente que o aluvião se desfizesse - tal como me tinham ensinado num outro tempo...
Mas não, na autoestrada, os bancos continuaram amarelos, embora vislumbrasse uns tantos vazios...
E o Tejo continua assoreado! E o país continua assoreado!

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